Amigos de Corupá abrem cápsula do tempo que estava lacrada há 10 anos

Foto Arquivo pessoal

Por: Elissandro Sutil

09/12/2019 - 12:12 - Atualizada em: 09/12/2019 - 13:00

Colocar vários objetos pessoais em uma caixa, com a parceria dos amigos e anos depois fazer um reencontro para abri-la e reviver boas memórias, cheias de nostalgia.

Parece coisa de filme, não é mesmo? Mas foi isso que um trio de amigos de Corupá fez.

dez anos, Alceu Todt, Alfredo Gramm Sobrinho e Thais Regina da Silva Barboza trabalhavam juntos em um posto de saúde da cidade e decidiram fazer uma “cápsula do tempo”.

 

 

Na época, o filme Presságio — que trata de um documento enigmático que havia passado 50 anos enterrado — estava fazendo o maior sucesso.

Então, unindo esse fato à possibilidade de se reencontrarem anos mais tarde, os amigos decidiram guardar alguns pertences em uma caixa, que foi completamente coberta de fita.

Thais conta que ela e os amigos sempre conversavam sobre a possibilidade de um dia, ao construir uma casa, encontrar um tesouro perdido ou uma cápsula do tempo. “A ideia surgiu assim, de conversas, e nós fizemos”, comenta.

Caixa lacrada pelos amigos com foto da equipe do posto de saúde| Foto Arquivo Pessoal

A caixinha foi lacrada no dia 30 de novembro de 2009 e aberta novamente em 30 de novembro de 2019, cheia de boas lembranças.

Infelizmente, por motivos pessoais, Alceu não pode estar presente no almoço de reencontro dos amigos e familiares para abrir a cápsula. Em respeito a ele, os dois amigos queimaram sua carta sem tê-la aberto.

 

 

Quem ficou responsável por guardá-la foi Thais, pois caso a caixa fosse enterrada, corria o risco de esquecerem ou de uma construção ser feita em cima, o que impossibilitaria a retirada.

Durante uma década, ela fez três mudanças, e em todas elas a cápsula foi junto. “Eu me preocupava mais com a caixa do que com a mudança, de medo de perder ela.”

Entre risos, Alfredo diz: “Se eu estivesse com ela, não sei se teria resistido, acho que eu teria dado uma espiada para ver o que tem dentro.”

A abertura da cápsula

Antes

Como já mencionado, o trio se conheceu no trabalho. Ambos eram técnicos em enfermagem e passaram em um concurso público para trabalhar em um posto de saúde de Corupá.

Hoje, o único que contínua no mesmo emprego é Alceu. Alfredo ainda trabalha na área da saúde, porém, no setor de radiologia do Hospital São José, em Jaraguá do Sul. Já Thais, mudou-se para Canoinhas e tem um brechó infantil.

Antes de abrir caixa, os dois amigos estavam ansiosos e não lembravam de todas as coisas que haviam depositado dentro dela. “Lembro que coloquei uma carta, mas não sei se foi só isso, lembro vagamente”, menciona Alfredo.

Após almoço com as famílias, Thais e Alfredo abriram a caixa e leram suas cartas | Foto Arquivo Pessoal

“Eu também, foi uma carta e lembro que a gente pegou um calendário, mas não tenho certeza se ele está na caixa”, acrescenta Thais.

A expectativa para abrir era alta, mas maior era o anseio de rever os velhos amigos. “É como o Alfredo tava comentando antes do almoço, a expectativa era mais de a gente se encontrar, do que de abrir a caixa, já que cada um mora em uma cidade diferente”, destaca Thais.

Alfredo ressalta que a distância geralmente acaba afastando as pessoas, mas que guardar os pertences em uma caixa e abrir anos depois, pode ser uma ótima ideia para uma nova união.

 

 

“Nós estamos aqui nesse almoço juntos, graças a essa cápsula”, reforça. Ele espera que a iniciativa sirva para que eles se aproximem novamente.

“Eu mesmo já me convidei para ir lá a Canoinhas, levar minha família para visitar a Thais. Claro que a gente também tem um carinho especial pelo Alceu e eu fico bastante triste porque ele não pode vir aqui hoje, mas não é por isso que vamos deixar de ser amigos dele”, menciona Alfredo.

Confira a abertura da caixa

https://youtu.be/WfUin9kj42c

Depois

A abertura foi emocionante e cheia de nostalgia. Lágrimas rolaram e muitas lembranças vieram a tona. Cada um dos amigos havia escrito uma carta sobre o que esperavam para os dez anos que se passariam.

Como Alceu não pode comparecer, Thais e Alfredo acharam melhor queimar a carta do amigo, sem abri-la.

Além das cartas, o calendário mencionado anteriormente também estava na caixa, junto com outros itens.

 

”Eu encontrei algumas fotos, uma com minha filha, os dois com a camiseta do Flamengo. Eu já torcia pro Flamengo naquela época e milha filha hoje se diz gremista. Também uma foto com o Zé Gotinha, porque eu era o vacinador, algumas fotos do grupo, da equipe de saúde e tinha dinheiro também”, descreve Alfredo.

A amiga acrescenta que o dinheiro foi guardado para ver se iria mudar. “Também encontramos cartões de lotérica, que também não mudaram, um jornal da época, o Folha de Corupá, e um joguinho”, lista Thais.

Os objetos não eram tão sentimentais para eles, mas as fotos até emocionaram. Ver e lembrar de como suas vidas eram dez anos atrás e pensar como todos as coisas mudaram, deixou ambos saudosos.

Apesar dos objetos pessoais, a maior lembrança é dos colegas que trabalhavam no posto de saúde. “Era uma equipe que tinha facilidade em fazer trabalho em equipe. A gente até discutiu, mas sempre tinha um resultado final muito bom, sempre em prol do que era melhor para a comunidade”, recorda Alfredo.

 

 

Abrir a caixa e recordar de tantos momentos, fez despertar a vontade de ter feito o mesmo com outros grupos de amigos. Assim, muitas amizades poderiam ter sido mantidas por mais tempo.

Fazer a cápsula do tempo foi uma experiencia única para esses amigos e mesmo sem a presença de um deles, valeu a pena. Alfredo e Thais recomendam a ideia para aqueles que desejam manter suas amizades, independente do tempo ou da distância.

 

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