Se o município de Jaraguá do Sul fosse uma pessoa, lugar para morar não seria um problema. Afinal de contas, são mais de 1,2 mil imóveis cadastrados pela Prefeitura, o que equivale a um patrimônio de mais de R$ 717,4 milhões.
No entanto, a família do Senhor do Vale é grande: são mais de 174,1 mil habitantes. Isso inclui mais de 20 mil crianças nas 30 escolas e nos 31 centros de educação infantil, os milhares de atendimentos realizados nos 26 postos de saúde, sem citar as estruturas administrativas e demais áreas.
A quantia milionária é resultado de investimentos feitos pelas administrações municipais ao longo dos 85 anos de emancipação política – o autogoverno começou somente em 26 de março de 1934.
Nessa lista de grandes estruturas se destacam a Arena Jaraguá, que soma um valor total de R$ 20 milhões com prédio e estrutura, os R$ 11 milhões da Prefeitura Municipal, R$ 7,2 milhões do Parque Municipal de Eventos, entre outros.
No entanto, o diretor de orçamento da Prefeitura, Denilson Weiss, explica que não é possível considerar esse valor como a totalidade dos patrimônios públicos. Não existe um levantamento completo, e essa é a realidade em todo país.
Weiss explica que nem mesmo a União tem um levantamento de quanto custam suas rodovias, ferrovias e demais imóveis espalhados pelos quatro cantos do país. Em Jaraguá do Sul também não existem levantamentos do valor de ruas, calçadas, e todas as estruturas públicas.
Uma bilionária com orçamento anual
Jaraguá do Sul pode ser considerada uma cidade bilionária se for adicionado ao patrimônio o orçamento corrente anual. Esses são os recursos que, ano a ano, são investidos para manter os serviços operando e realizar novas obras.
Orçamento e imóveis somam cerca de R$ 1,5 bilhão. Como toda empresa ou família, o Município, que é administrado pela Prefeitura, conta com um orçamento para cada ano.
O valor é definido sempre no ano anterior em uma previsão, chamada LOA (Lei Orçamentária Anual), que é aprovada pela Câmara de Vereadores. Para 2019, a LOA prevê gastos de cerca de R$ 825,5 milhões.
Esse valor pode mudar até o fim do ano se o Município arrecadar mais impostos municipais ou receber mais transferências do Estado e União.
Em 2018, por exemplo, a LOA era de R$ 770,1 milhões, mas ao final do ano o orçamento “realizado” ficou em R$ 796,4 milhões. Entretanto, a Prefeitura não pode fazer o que bem entender com todos esses milhões.
O orçamento é dividido em dois tipos de recursos. Quase 60% desse total são os recursos vinculados, ou seja, devem ser aplicados em áreas específicas. Por exemplo: é proibida a retirada de verba da Educação para complementar folha de pagamento.
Todo orçamento tem dívidas
A natureza das dívidas que o Município de Jaraguá do Sul têm são duas: obras públicas e contribuições previdenciárias que deveriam ter sido repassadas ao Instituto de Seguridade dos Servidores (Issem) entre setembro de 1996 e dezembro de 2003. Só nos próximos quatro anos, entre 2019 e 2022, estão previstos quase R$ 154 milhões a serem pagos.
Decorrente de obras, a Prefeitura deve R$ 82,9 milhões e o Samae R$ 37,1 milhões. Já as dívidas com o Issem são R$ 33,4 milhões, em valores aproximados.
Maiores investimentos do último ano
A maior parte do orçamento da Prefeitura de Jaraguá do Sul é destinada para manter a estrutura em operação. Pagar contas de luz, água, o salário de professores, diretores, enfermeiros, médicos, engenheiros, motoristas, e por aí vai a lista de profissionais que chega a 3.675 pessoas.
Mas é preciso criar novas estruturas para que cidade cresça.
Em 2018, todos os órgãos e secretarias municipais realizaram juntos mais de R$ 49,7 milhões em investimentos. São consideradas compras de equipamentos duráveis, obras, entre outros.
No topo do ranking estão as pastas responsáveis por criar novas infraestruturas urbanas: Secretaria de Obras e Serviços Públicos e Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto)
De onde vem a grana do município?
O Município ganha dinheiro para manter os serviços públicos em operação. São escolas, postos de saúde, o varredor de rua, atendimentos no Procon, protocolo, entre outros setores que atender a população. Grande parte desses recursos, em média 40%, vêm das chamadas transferências constitucionais.
Uma parcela das receitas federais arrecadadas pela União é repassada aos Estados e aos Municípios. No entanto, a maior parte dessas receitas fica com o governo federal.
Cabe ao Tesouro Nacional, em cumprimento aos dispositivos constitucionais, efetuar as transferências desses recursos aos entes federados, nos prazos legalmente estabelecidos.
Dentre as principais transferências da União está o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (Fundeb); entre outros.
O mesmo acontece como impostos que são recolhidos pelo Estado, como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Outra parte do orçamento vêm com impostos municipais, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), as taxas de lixo, tarifa de água, financiamentos, entre outros, captados diretamente pela Prefeitura.
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