Levantamento da sociedade médica brasileira indica que até 30% da população sofre de um distúrbio que se caracteriza pela gordura no fígado, e boa parte desse contingente de pessoas sequer sabe do problema.
“O nome da comorbidade é esteatose hepática que pode se manifestar em qualquer idade, inclusive na infância”, diz a gastroenterologista Bruna Ximenes Canfield, acrescentando que as mulheres são as mais afetadas pela doença.
Segundo a especialista, trata-se de uma glândula situada do lado direito do abdômen, e está relacionado com funções importantes do nosso corpo, tais como a regulação do metabolismo de vários nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios), síntese de proteínas e outras moléculas, degradação de hormônios, armazenamento de substâncias, como o glicogênio, excreção de substâncias tóxicas, formação e secreção da bile, entre outras.
“A presença de gordura no fígado pode acarretar inflamação capaz de evoluir para quadros de hepatite, cirrose hepática e até câncer.”
Foto: Matheus Wittkowski
Doença hepática
Dra. Bruna lembra que a mazela também é conhecida por doença hepática gordurosa, gordura no fígado ou fígado gorduroso. “Elas podem ser classificadas em alcoólicas (provocadas pelo consumo excessivo de álcool) e não alcoólicas”, ressalta.
São classificados como fatores de risco o sobrepeso, o diabetes, e o sedentarismo.
“Há evidências de que a síndrome metabólica [pressão alta, resistência à insulina, níveis elevados de colesterol e triglicérides] e a obesidade abdominal estão diretamente associadas ao excesso de células gordurosas.”
Mas, segundo a especialista, pessoas magras também podem sofrer com a doença. “Magras, abstêmias e sem alterações de colesterol e glicemia podem desenvolver quadros de esteatose hepática gordurosa também”, destaca.
Sintomas
De acordo com a médica, nos quadros leves a doença é assintomática. Os sintomas aparecem quando surgem as complicações. Em casos de hepatite pode haver queixas de dor, cansaço, fraqueza, perda de apetite e aumento do fígado.
“Nos estágios mais avançados, caracterizados por cirrose, os sintomas são ascite (acúmulo anormal de líquido dentro da cavidade abdominal), encefalopatia e confusão mental, hemorragias, queda no número de plaquetas, aranhas vasculares, icterícia.”
O diagnóstico passa por exames de rotina, bem como por uma investigação médica que inicia com uma boa conversa entre médica e paciente. “É muito importante procurar a gastroenterologista para um check up e, se necessário, acompanhamento regular”, diz.
Onde atende
A Dra. Bruna Luiza Zonta Ximenes Canfield (CRM 16899 e RQE 13793) é formada em gastroenterologista e clínica geral. Ela atende na ClíniCanfield, que fica na Policlínica, rua Barão do Rio Branco, 209, no centro de Jaraguá do Sul. Contato: (47) 3307-4031 | 9 9248-4264. Acompanhe a clínica no site. Também no Facebook e Instagram.
