Promessas de emagrecimento rápido e mudanças radicais na alimentação estão por toda parte. Dietas como jejum intermitente, low carb e detox ganham cada vez mais popularidade, mas será que funcionam para todo mundo?
Para a médica nutróloga Dra. Fernanda Vasconcelos, a resposta depende do perfil metabólico de cada pessoa. “Nenhuma dieta funciona como solução única para todos. O emagrecimento saudável deve ser sustentável e respeitar as necessidades individuais, sem comprometer o equilíbrio nutricional”, explica.
A seguir, ela esclarece os principais mitos e verdades sobre as dietas da moda:
Jejum intermitente acelera o metabolismo?
Verdade, mas depende: o jejum intermitente pode trazer benefícios para algumas pessoas, como melhora na sensibilidade à insulina e no controle do apetite. No entanto, períodos prolongados sem alimentação podem gerar queda de energia e não são indicados para todos.
Dieta low carb emagrece mais rápido?
Depende: reduzir carboidratos pode favorecer a perda de peso inicial, mas não significa emagrecimento duradouro. Até porque, o usual é trocar um nutriente por outro, no caso, simpatizantes desse tipo de dieta em geral tendem a consumir mais gorduras, que equivalem a um teor calórico maior (1g de carboidrato = 4kcal, enquanto 1g de gordura = 9kcal). Além disso, cortar excessivamente esse grupo alimentar pode gerar fadiga, irritabilidade, insônia, ansiedade e baixo rendimento esportivo.
Dietas detox eliminam toxinas do corpo?
Mito: o corpo já possui mecanismos naturais para eliminar toxinas, como fígado e rins. Nenhum suco ou plano alimentar substitui essa função. Uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes e fibras, é a melhor estratégia para apoiar esses processos. Mas se restringirmos a entrada de industrializados da dieta, aí sim, podemos dizer que as toxinas não vão entrar.
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Comer de 3 em 3 horas é obrigatório para emagrecer?
Mito: o intervalo ideal entre as refeições varia conforme o metabolismo de cada pessoa. O mais importante é respeitar a fome, priorizar a qualidade dos alimentos e evitar longos períodos sem comer, quando isso gera desconforto ou compulsão alimentar.
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Riscos das dietas restritivas
A profissoinal explica que dietas muito restritivas podem ter efeitos colaterais preocupantes, como cansaço extremo, queda de cabelo, alterações na imunidade e até o efeito rebote, que faz a pessoa recuperar rapidamente o peso perdido, o famoso efeito sanfona.
“O emagrecimento não deve ser apenas uma questão estética. O foco precisa estar na saúde metabólica e na manutenção do peso a longo prazo, sem déficits nutricionais que prejudiquem o bem-estar”, alerta Dra. Fernanda.
Para driblar esse tipo de sintoma, é necessário seguir um plano alimentar saudável. A médica recomenda alguns pontos importantes para quem quer melhorar a alimentação sem cair em armadilhas:
- Equilíbrio entre os macronutrientes: proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis devem estar presentes na dieta de forma balanceada;
- Foco em alimentos naturais: vegetais, proteínas magras, grãos integrais (como grão de bico, lentilhas, ervilhas…) e boas fontes de gordura são fundamentais para manter o metabolismo saudável;
- Evitar extremos: dietas que eliminam grupos alimentares inteiros ou impõem restrições severas tendem a não se sustentar a longo prazo;
- Acompanhamento profissional: antes de iniciar qualquer estratégia alimentar, o ideal é buscar orientação de um especialista para evitar riscos desnecessários à saúde.
“Não existe fórmula mágica para emagrecer de forma saudável. O segredo está no equilíbrio e na constância, respeitando as necessidades do corpo e evitando promessas irreais e frustração”, conclui.