Dados do Ministério da Saúde mostram que 57,2% da população brasileira está acima do peso, e uma parcela significativa dessas pessoas enfrenta o efeito sanfona, provocado por dietas restritivas e ineficazes a longo prazo. Um fator importante nesse contexto é a fome emocional, uma das principais causas de insucesso em regimes alimentares.
A fome emocional se caracteriza pelo ato de comer para lidar com sentimentos como ansiedade, estresse, tristeza ou tédio, em vez de responder à fome física. Esse comportamento é um dos maiores responsáveis pelo ciclo de dietas frustradas e ganho de peso recorrente. Bruna Abrão, psicanalista e especialista em Fome Emocional e Neuroemagrecimento, destaca que, sem abordar esse aspecto, o emagrecimento definitivo torna-se inviável.
“Para que o emagrecimento seja definitivo, é fundamental olhar para as emoções e trabalhar a cura da fome emocional. Sem isso, as pessoas continuam presas em um ciclo vicioso de tentar mais uma dieta ou outra fórmula milagrosa”, afirma Bruna.
Ela explica que as emoções muitas vezes são os gatilhos para a ingestão de alimentos, como uma tentativa de preencher vazios emocionais. Isso faz com que dietas focadas apenas na restrição calórica não tragam resultados definitivos.
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Estudos indicam que a fome emocional está diretamente ligada a fatores psicológicos e que trabalhar esses aspectos pode ser transformador. Pesquisas da Sociedade Brasileira de Psicanálise mostram que até 80% das pessoas que buscam emagrecer de forma definitiva apresentam algum grau de fome emocional. Nos últimos cinco anos, cresceu o número de brasileiros que procuram ajuda terapêutica para lidar com essa questão.
A psicanalista reforça que o processo de cura da fome emocional é gradual e exige autoconhecimento. “O emagrecimento não começa pela alimentação, mas pela mente. Enquanto você não entender suas emoções e o que o leva a comer, não conseguirá mudar esse padrão. As dietas podem funcionar a curto prazo, mas sem tratar a causa, o peso retorna”, explica a profissional.
Ela também ressalta a importância de um acompanhamento multidisciplinar. “O tratamento envolve psicologia, psicanálise e, em muitos casos, apoio nutricional e físico. É um trabalho conjunto para mudar a relação com a comida e consigo mesmo. Vivi esse ciclo por 15 anos e só consegui o emagrecimento definitivo quando me dediquei a entender as emoções que me faziam comer. Não é sobre privação, mas sobre consciência”, declara Bruna.
Segundo a especialista, a fome emocional muitas vezes passa despercebida. “Reconhecê-la é o primeiro passo para romper esse ciclo. Quando você se permite olhar para dentro e tratar essas questões, o emagrecimento ocorre de forma natural e definitiva. É uma jornada de autocompaixão e transformação”, finaliza.