Desde a morte de Andreia, a família Araújo vive um verdadeiro drama.
Traumatizadas com o homicídio que vitimou a mulher de 28 anos, tanto a filha de 11 anos, quanto a mãe e as irmãs mais velhas buscam forças para superar a perda da jovem alegre, descontraída e que não trazia problemas para casa.
O caso teve repercussão nacional e ganha mais um capítulo na terça-feira (20), quando Marcelo Kroin, 39 anos, que confessou o assassinato, senta no banco dos réus para ser julgado pelo Tribunal do Júri.
As irmãs Marilei Araújo, Roseli Campos Araújo e a sobrinha Tauana Gabriele de Araújo clamam por justiça.
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“A gente só espera que ele pague pelo crime que cometeu, porque, na verdade, quem está presa nesse sentimento de perda é a família. Ele vai sair da cadeia daqui há alguns anos e vai seguir a vida dele. A minha irmã está enterrada. Ela não vai voltar nunca mais”, afirma Marilei.
O aniversário de Roseli precedeu o assassinato de Andreia. Essa foi a última comemoração que a família Araújo realizou. A irmã toma medicamentos controlados e não se conforma com a perda. Ela lembra todos os dias daquela mulher que trazia alegria para todos os parentes.
“A gente não teve fim de ano, a gente não teve Natal. Ninguém mais teve vontade de comemorar nada depois da morte da Andreia. Desde a morte dela eu tomo antidepressivos. Não tem um dia que eu não pense no que esse monstro fez com a minha irmã”, lamenta Roseli.
Aos cuidados da avó
A filha de Andreia agora é criada pela avó. A menina recebe acompanhamento psicológico desde a morte da mãe, no dia 5 de agosto de 2018. Ela viu a mãe pela última vez justamente na festa de aniversário e agora vive a revolta não ter Andreia por perto.
“Será que não tinha outra solução? Ele sabia que a Andreia tinha uma filha para criar”, critica Roseli, ao destacar o amor que a irmã sentia pela criança.
“A filha dela está revoltada e fala que ninguém sabe como é perder uma mãe”, completa Tauana.
A mãe de Andreia também sofre muito com a perda. De acordo com as filhas, ela lamenta muito o que ocorreu. Segundo Roseli, a senhora de 59 anos não consegue dormir direito desde a morte da filha.
Incidentes domésticos
Em maio de 2018, a Polícia Militar foi chamada para atender um chamado na casa em que Andreia e Marcelo moravam na rua Neco Spézia, no bairro Jaraguá Esquerdo. Kroin foi flagrado pela companheira deitado na cama da filha vestindo apenas uma cueca.
“A gente ficou sabendo bem por cima. Eles acabaram discutindo e chamaram a polícia. Ele falou que estava bêbado. A Andreia viu o que estava acontecendo porque a criança gritou e ela foi ver. Ele pediu desculpas e continuaram juntos”, comenta
Marcelo também tem um registro por violência doméstica, mas com outra ex-esposa. O assassino confesso agrediu a ex-companheira em 2016.
Aparente ciúme
Andreia nunca reclamou de qualquer discussão com Marcelo. A família ficou surpresa com o ocorrido, pois, aparentemente, tirando o incidente com a menina, não havia um histórico de violência doméstica entre a vítima e o companheiro.
Após começar o relacionamento, a família conta que Andreia não saía mais sem a companhia de Marcelo. Todas as visitas para os parentes aconteciam na companhia dele. A família apenas sentiu um certo distanciamento e passou a ver a vítima cada vez menos.
“No dia da festa de aniversário. Ele queria ir embora e ela quis ficar. O Marcelo acabou saindo sozinho e eu aproveitei para ir também. Quando ele estava saindo eu ouvi: ‘Eu vou matar essa menina’. Não dei bola porque achei que ele só estava com raiva”, lembra Marilei.
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