Os pais do pequeno Jonatas Openkoski cometeram crimes de estelionato e apropriação indébita. Este é o resultado da investigação da Polícia Civil de Joinville, sobre o caso AME Jonatas. De acordo com inquérito criminal, entregue pela Civil ao Fórum de Joinville na última sexta-feira (28), Renato Henrique Openkoski e Aline da Cunha Souza utilizaram irregularmente o dinheiro arrecadado pela campanha, cerca de R$ 4 milhões, para o tratamento do filho, diagnosticado com AME (Atrofia Muscular Espinhal). Renato seria o principal articulador do esquema ilícito. O documento também pede a prisão dele.

Na tarde de sexta-feira, a delegada que comanda as investigações, Geórgia Bastos, informou que só falaria sobre o caso com a imprensa na próxima terça-feira (31), durante uma coletiva. Mas resolveu abrir a investigação a reportagem da Revista Veja.

De acordo com a reportagem publicada nesta segunda, Renato e Aline Openkoski foram indiciados pelos dois crimes e as penas somadas podem chegar a nove anos de prisão.

“A polícia também pediu a prisão de Renato, sob a justificativa de que ele é o principal articulador dos crimes e diante da constatação de que eles continuam praticando o estelionato arrecadando dinheiro por meio da sensibilização das pessoas”, diz a reportagem assinada pela jornalista Fernanda Bassette.

O material apreendido na residência do casal, em fevereiro, também foi entregue a Justiça, com a sugestão de que os produtos, entre eles um carro avaliado em R$ 140 mil, sejam leiloados e o dinheiro empregado no tratamento da criança.

“A aplicação do artigo 89 foi resultado dos desvios dos valores da conta poupança do Jonatas, obtidos pela campanha, para uso próprio, como aquisição de celulares em uma cidade vizinha para não chamar a atenção dos doadores. Mas ao longo do ano, outros gastos foram se consolidando, como a compra do carro e da viagem para Fernando de Noronha”, explicou a delegada Geórgia à Revista Veja

Apesar da decisão, Renato ainda não foi preso. No Fórum de Joinville, a informação era de que o processo ainda estava no setor de distribuição. Na sequência, ele deve ser encaminhado ao Ministério Público que vai atestar ou não o pedido de prisão contra Renato.

Renato e Aline não foram encontrados para falar sobre o caso. A reportagem da Rede OCP News também tentou contato com a advogada do casal, Mariana Priscila Vinholi dos Santos, mas ela não foi localizada.

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