Quatro das cinco cidades da microrregião reduziram os investimentos médios em saúde entre 2013 e 2017. Apenas Schroeder teve um resultado positivo, conforme dados levantados pelo Conselho Federal de Medicina. O estudo mostra o investimento médio por pessoa das prefeituras brasileiras no setor.

Os resultados declarados no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde, demonstram que a situação mais crítica é a de Corupá, terceira cidade que mais teve decréscimo no período em Santa Catarina. A redução foi de 30%.

 

 

Apesar do secretário de Saúde de Guaramirim, Marcelo Deretti, garantir que o município investe 30% de seus recursos em saúde, a cidade teve uma variação negativa de 19,3%. Há seis anos, Guaramirim tinha um gasto de R$ 711,6 por pessoa, enquanto no ano passado o registro caiu para R$ 574,1.

"Aos olhos do nosso orçamento, estamos em crescimento, já que investimos em saúde 15% acima da média mínima exigida", declara Deretti.

Em 2017, Jaraguá do Sul aplicou R$ 86 milhões em saúde, o que resulta em uma média per capita de R$ 506,6. Há seis anos, o município investiu R$ 542,2 por habitantes, uma baixa de 7,3%. Se comparamos com 2015, a redução de investimento é menor, já que naquele ano Jaraguá do Sul teve um gasto médio de R$ 593,6.

"O crescimento populacional é um dos pontos que faz a média cair", declara o secretário de Saúde de Jaraguá do Saúde, Dalton Fischer.

No entanto, mesmo tendo o maior crescimento populacional da região nos últimos anos, Schroeder foi o único do Vale do Itapocu que evoluiu em relação a 2013. Naquele ano, a cidade investia R$ 354,5 por pessoa e em 2017 a média foi para R$ 418,8. Um incremento médio de 18,1%.

As secretarias de Saúde de Schroeder e Corupá pretendem fazer uma análise mais detalhada sobre os números apresentados. As pastas relataram que os dois municípios investem mais recursos próprios do que a porcentagem mínima exigida por lei federal, que é de 15%.

O levantamento do Conselho Federal Medicina (CFM), considerou os valores aplicados pelos gestores municipais com recursos próprios em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.

Análise dos municípios

Os secretários de Saúde de Jaraguá do Sul, Dalton Fischer, e de Guaramirim, Marcelo Deretti, ficaram surpreendidos com os números apresentados pelo Conselho Federal de Medicina. Os dois disseram que os dados podem estar errados, mas não têm informações para rebater o relatório.

"A equipe de saúde está fazendo o levantamento dos valores investidos nos últimos anos", conta Fisher. Deretti também disse estar verificando os números.

O secretário de Jaraguá do Sul diz que é preciso ter um gasto inteligente e programado para obter melhores resultados com os recursos. De acordo com Fisher, esse é um trabalho constante feito no município. "Nós vemos mantendo quase que 30% dos valores investidos em saúde", fala.

Massaranduba foi o único município da região que manteve praticamente a mesma média de 2013, com um decréscimo de apenas 0,5%. A secretária de Saúde de Massaranduba, Suzane Reinke, comemora os números.

"Estou muito satisfeita. É muito difícil para um município como o nosso se manter na média, investindo cerca de 25% dos recursos próprios em saúde", comenta.

Média estadual e nacional

Segundo o Conselho Federal de Medicina, a média de Santa Catarina foi de R$ 586 por pessoa em 2017. Todos os cinco municípios ficaram abaixo da média estadual.

A quantia de investimento por pessoa mais baixa da microrregião foi de Schroeder, com R$ 418,8, e de Corupá, que teve apenas R$ 350,2 investidos por pessoa. Guaramirim teve melhor resultado, com R$ 574,1.

As 18 cidades mais bem colocadas no estado têm até 4,1 mil habitantes, com destaque para Paial, no Oeste, que aplicou R$ 1.513,77 por pessoa no setor em 2017.

 

 

No Brasil, os resultados foram bem abaixo, um investimento de apenas R$ 403. Nesse quesito, quatro das cinco cidades tiveram números superiores ao país, a única exceção é Corupá.

Nas cidades do Vale do Itapocu, o investimento em saúde por pessoa mais alto desde 2013 foi registrado em Guaramirim, quando em 2014 a cidade registrou uma média de R$ 723,2.

O maior índice de 2017 também é da cidade, com R$ 574,1. Enquanto isso, o pior número está em Corupá - com média de R$ 350,2, em 2017

Gastos dos municípios da microrregião

 

 

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