A professora Marcia Cristina Sardá Espindola é a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora da FURB – Universidade Regional de Blumenau, desde que a instituição foi fundada há 57 anos.
Ela assumiu a função em janeiro de 2019 e conta que não usou esse ponto durante a campanha, pois sempre considerou mais importante mostrar que estava preparada para exercer o cargo. “Mas depois de eleita, ficou evidente a importância desse fato, pois as mulheres se sentem representadas e ficam mais atentas à gestão”, conta.
Servidora da FURB há 31 anos, Marcia veio para Blumenau cursar o ensino médio na Escola Técnica do Vale do Itajaí (ETEVI). Na sequência, fez graduação em Arquitetura e Urbanismo. Tem, ainda, mestrado em Engenharia Civil, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Desde 2003, é professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, foi chefe do Departamento de Arquitetura por dois mandatos (2006-2007 e 2012-2014) e diretora do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT), de 2014 a 2018.
Nesta entrevista ao projeto “Mulheres que Inspiram”, idealizado pela Contax Contabilidade e Planejamento Tributário, com o apoio da Presse Comunicação e do OCP News Vale, Marcia conta um pouco mais sobre a sua trajetória.
Desafios e oportunidades
Marcia conta que obter a qualificação necessária, os estudos e concursos para ingressar no magistério superior sempre foram desafios a serem vencidos em sua carreira. “Enfrentar a sala de aula foi outro grande desafio, pois como profissional de arquitetura não tinha experiência didática”, revela.
Ao assumir os cargos de gestão universitária se viu frente a novos desafios. Conforme explica, eles requerem conhecimentos em múltiplas áreas.
“A qualificação, o estudo e muito trabalho foram fundamentais em minha carreira. A rede de relacionamentos, o trabalho em grupo e me colocar à disposição para os desafios dos cargos de gestão também foram diferenciais importantes em minha trajetória”, comenta.
Inspiração
A professora e reitora da FURB conta que lhe inspiram “todas as mulheres que lutam pelo que acreditam e se preparam para colocar em prática seus projetos, que não desistem caso a primeira tentativa não seja exitosa, que trabalham, mas também se divertem, que se amam e transmitem segurança e equilíbrio”.
Marcia conta que o fato de ser mulher nunca atrapalhou sua carreira, mas por outro lado, aumentou as responsabilidades. “Ser a primeira mulher a ocupar a Reitoria da Furb gerou muita expectativa e também a percepção de outras mulheres se sentirem representadas, e isso aumenta muito a responsabilidade”, reflete.
Dicas para outras mulheres
“Estudem, busquem sua independência, mantenham a autoestima elevada, não deixe nenhum papel, seja mulher, profissional, esposa, mãe, filha, amiga, busque o equilíbrio profissional e pessoal, não a onipresença”, destaca .
Para a professora, o empreendedorismo pode ser uma das alternativas para a autonomia feminina. Segundo Marcia, isso já ocorre pois vimos cada vez mais as mulheres à frente de negócios e também historicamente são o maior número que buscam qualificação profissional, mas poderíamos ter melhores resultados.
“Implementando políticas públicas que permitam a participação das mulheres como agentes de transformação, criando condições favoráveis, empoderando-as e permitindo-as ressignificar sua inserção no mundo do trabalho”, opina.
Família
Casada, Marcia tem um filho de 12 anos. “Ele e meu marido me dão muito apoio, pois em muitos momentos a ausência é inevitável. A decisão de participar da gestão foi compartilhada com eles, sem esse apoio não seria possível. Tento não trazer trabalho para casa e dar atenção integral quando estou com eles, passar o final de semana em família”, revela.
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