Com a chegada de dezembro, o Brasil entra no período de conscientização sobre o câncer de pele, tipo mais comum da doença no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em 2023, foram estimados mais de 220 mil novos casos, destacando a urgência de ações preventivas.
Conforme informações do Ministério da Saúde, este é um tumor que atinge a pele, mais comum em pessoas com mais de 40 anos e considerado raro em crianças e pessoas negras. Causado principalmente pela exposição excessiva ao sol, o câncer de pele ocorre quando as células se multiplicam sem controle. Ele ainda pode ser classificado de duas formas:
- Melanoma: tem origem nas células produtoras da melanina, substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em adultos brancos;
- Não melanoma: mais frequente no Brasil, responsável por 30% de todos os casos de tumores malignos registrados no País. Pode apresentar tumores de diferentes tipos: o carcinoma basocelular, mais comum e também o menos agressivo, que se caracteriza por uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta; e o carcinoma epidermoide, que também surge por meio de uma ferida ou sobre uma cicatriz, principalmente aquelas decorrentes de queimadura, mas que pode apresentar metástase (espalhar-se para outros órgãos).
Entre os tipos da doença, o carcinoma basocelular e o espinocelular são mais comuns, mas o melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo.
Fatores de risco
Qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mas algumas são mais sensíveis ao sol. O alerta de atenção para a doença é que, com o passar dos anos, a média da idade vem diminuindo, tendo em vista que pessoas jovens têm se exposto constantemente aos raios solares. Os principais fatores de risco para o câncer de pele não melanoma são:
- Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares;
- Pessoas com história pessoal ou familiar deste câncer;
- Pessoas com doenças cutâneas prévias;
- Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol;
- Exposição prolongada e repetida ao sol;
- Exposição a câmeras de bronzeamento artificial.
A médica dermatologista Natássia Pizani Mazza ressalta a importância da campanha “Dezembro Laranja”, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “A exposição solar excessiva sem proteção é o principal fator de risco. Adotar medidas como o uso diário de filtro solar, chapéus, roupas adequadas e evitar o sol entre 10h e 16h pode reduzir significativamente os casos de câncer de pele”, alerta a especialista.
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“Mudanças na pele, como manchas que crescem ou pintas assimétricas e de cores variadas, devem ser avaliadas por um dermatologista. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura”, explica Mazza.
Com o aumento das temperaturas no verão, a campanha também reforça o papel da conscientização coletiva. “Proteger a pele é um ato de cuidado consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor. O câncer de pele é amplamente prevenível com hábitos simples e acessíveis”, conclui a médica.