As deformidades congênitas da parede torácica anterior acometem aproximadamente uma a cada 300 crianças e são originadas por desordens genéticas ainda não completamente conhecidas, caracterizadas pelo desenvolvimento anormal das cartilagens costais.
O pectus excavatum, também chamado tórax em funil, é a deformidade mais comum da parede torácica, representando em torno de 85% a 90% dos casos.
É caracterizado por uma depressão anterior do tórax, simétrica ou não, combinada com um desvio dorsal do esterno e da terceira à sétima costelas ou cartilagens costocondrais. A anomalia pode ser desde um leve desvio anteroposterior até uma severa depressão esternal, que pode se aproximar da coluna vertebral. Alguns pacientes também apresentam assimetria significativa entre os hemitórax direito e esquerdo, resultando na rotação do esterno. Essa deformidade acomete mais meninos (9:1) e geralmente não aparece logo ao nascimento, sendo observada à medida que a criança se desenvolve.
Fig 1. Compressão das estruturas sobre o coração e o pulmão
Sintomas apresentáveis
Os sintomas geralmente não são apresentados por bebês ou crianças em idade escolar. No entanto, pacientes adolescentes e adultos podem ter redução da função pulmonar e menor tolerância ao exercício. Em alguns casos, a aparência estética envolve distúrbios psicossociais que requerem terapia comportamental específica.
Apesar do exame clínico, alguns exames são fundamentais para entender a relação dessa diminuição de espaço da caixa torácica e o estado dos órgãos que nela habitam, como pulmão e coração. Nesse contexto, solicitar uma tomografia de tórax com reconstrução 3D da parede, mais testes de função pulmonar e exames cardiológicos irão completar a investigação e assim será definido o tratamento mais indicado.
O tratamento sem cirurgia, seja por meio de fisioterapia ou de coletes e sistemas de sucção do tórax não conseguem modificar a depressão a partir da reposição da estrutura óssea no seu devido lugar. Para esse fim, somente a cirurgia, que desde 1998, após o trabalho do Dr. Nuss (que mostrou ao mundo a técnica minimamente invasiva para o tratamento do Péctus Escavatun), continua sendo o tratamento de eleição, com inúmeras melhoras em segurança.
Indicação de cirurgia
A cirurgia é indicada quando existe uma severa deformidade ou que tenha dois ou mais destes critérios expostos a seguir: Tomografia com Index de Haller maior que 3,25 (uma fórmula que define o tamanho da cavidade), presença de uma progressão da deformidade, sintomas de compressão cardíaca ou pulmonar, distúrbio restritivo pulmonar e um distúrbio da imagem corporal. A idade ideal para a correção seria entre os 13 e os 16 anos, salvo nos casos de deformidades muito acentuadas. Isso se explica pelo fato de as estruturas ósseas e cartilaginosas serem mais maleáveis, mas a cirurgia pode ser feita nos adultos também.
Fig 2. Compressão das estruturas sobre o coração e o pulmão com um Índice de Haller acima de 3,25
O pectus carinatum é outra deformidade torácica na região do osso externo, menos frequente que a primeira, que também aparece na infância e tem crescimento progressivo. Na maioria das vezes, é percebido em torno dos 10 anos de idade, acentuando-se durante a adolescência. Essa deformidade pode ou não ser acompanhada de sintomas cardiorrespiratórios, pode evoluir com dor torácica e pode gerar transtornos psicossociais severos. Naqueles indivíduos com sintomas, geralmente são relatados dispneia, palpitação e sibilos, que se acentuam com o exercício. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Tudo depende da análise feita, definindo o grau de deformidade, a posição dela, a relação com outras que poder estar associadas. No tratamento conservador o uso de coletes de compressão é muito usado e a cirurgia consegue obter a reestruturação eficaz com mínimos riscos. Esses sintomas tendem a desaparecer com a cirurgia corretiva mais rapidamente que com os outros tratamentos.
A equipe multidisciplinar que atende estes pacientes conta com um grupo de anestesistas que trabalham com alta tecnologia para minimizar a dor, acompanhando até a sua alta, fazendo do pós operatório um momento muito tranquilo.
Onde atende:
Clínica Toracopulmonar (Dr. Giovani Mezzalira – CRM-SC 8611)
Endereço: Rua João Planincheck, 1990, sala 513, Jaraguá Esquerdo, Jaraguá do Sul – Edíficio Blue Chip Centro Executivo