“Infecção do trato urinário (cistite)”

Foto: Piero Ragazzi

Por: Marcelo Langer

15/09/2020 - 06:09

A infecção urinária está entre as infecções por bactérias mais comuns em adultos, principalmente em mulheres. Pode envolver o trato urinário baixo (bexiga) e/ou alto (rins).

A vagina é colonizada normalmente por bactérias específicas. Quando elas são substituídas por bactérias diferentes ou mais agressivas, e sobem para a bexiga, causam as infecções.

Os sintomas clássicos do trato urinário baixo, também chamado de cistite, incluem: ardência e/ou dor no canal da urina, aumento da frequência urinária, urgência para urinar, e ocasionalmente, dor embaixo da barriga e sangue na urina.

Existem outras doenças que podem apresentar sintomas parecidos ou iguais a esses, portanto é preciso consultar seu médico para fazer o diagnóstico e o tratamento corretos.

A infecção urinária pode ser classificada como complicada e não complicada. A não complicada ocorre em mulheres jovens, não grávidas e na ausência de doenças nos órgãos genitais.

Os fatores que categorizam as infecções como complicadas são: diabetes, gravidez, doença renal, obstrução do trato urinário, presença de sonda vesical de demora (bolsa de urina), procedimento ou instrumentação cirúrgica recente no trato urinário, doenças nos órgãos genitais, imunidade baixa, transplante renal, história de infecções na urina durante a infância.

Falamos que a mulher tem infecção recorrente do trato urinário quando ela apresenta dois episódios em seis meses ou três nos últimos 12 meses. Isso acontece em cerca de 25% das mulheres com história de infecções de urina.

Os fatores de risco para infecções recorrentes estão relacionados com o aumento da colonização vaginal por bactérias que geralmente vivem na região anal. No período antes da menopausa, os fatores comportamentais são os que predominam, como a frequência aumentada das relações sexuais, o número maior de parceiros, novos parceiros e o uso de espermicida e de diafragma.

Para as mulheres na menopausa, os fatores de risco são diferentes e incluem, comumente, deficiência de estrogênio (hormônio feminino), diminuição de lactobacilos vaginais (bactérias normais da vagina), bexiga caída (tecnicamente conhecida como cistocele), cirurgia urogenital, aumento da quantidade de urina que fica na bexiga após urinar e infecção na urina prévia.

Diagnóstico e tratamento

A avaliação diagnóstica deve se iniciar com história clínica e exame físico. O objetivo seria a identificação de fatores de risco, estabelecendo orientações para o manejo adequado. Em mulheres com dor e/ou ardência ao urinar e aumento da frequência urinária, sem corrimentos, o diagnóstico de infecção é feito em 80% dos casos, sem a necessidade de exames complementares.

A presença de febre, sensibilidade ou dor em região lombar indica o comprometimento do trato urinário superior (rins).

Estudos mostram que a realização de exames de urina em mulheres com quadros de infecção não complicada é dispensável devido à natureza previsível das bactérias causadoras. Recomenda-se exames de urina somente para infecções recorrentes, na presença de complicações associadas e na falha do tratamento inicial.

Mulheres com sintomas incomuns de doença urinária, assim como aquelas que falham em responder ao antibiótico inicialmente prescrito, devem ser consideradas candidatas à investigação diagnóstica adicional com exames de imagem como ultrassom, tomografia e ou ressonância.

O tratamento nos casos de cistite não complicada, devem ser, preferencialmente, realizados com medicamentos em dose única ou de curta duração (três dias). Nos casos de infecções de repetição, o tratamento inicia-se por medidas comportamentais, entre elas: realizar ingestão hídrica adequada, evitar o uso de espermicida, tratar a atrofia genital, urinar após a relação sexual, fazer higiene adequada da região, nunca praticar sexo vaginal após o sexo anal sem trocar o preservativo e lavar o pênis.

Para as infecções complicadas e/ou dos rins, o seu médico irá orientar sobre a possibilidade de tratamento e investigação hospitalares.

Onde encontrar

O Dr. Marcelo Langer atende apenas consultas particulares na Policlínica Rio Branco que fica na Rua Barão do Rio Branco, 207, sala 5, no Centro de Jaraguá do Sul. Contato pode ser feito pelo telefone: 47 3275-1063 ou 47 99924-7779 (Whatsapp). Fique por dentro das novidades pelo Facebook e Instagram: @drmarcelolanger.