Viva o hoje e não se aborreça com o que pode acontecer amanhã – leia a coluna do Prates deste sábado (3)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

03/10/2020 - 05:10

Nunca antes conversei tanto por telefone quanto nestes dias. Ontem, uma amiga, foi minha colega logo que cheguei a Florianópolis, me ligou. Separados, mas amigos. Ontem, como disse, ela me ligou. Ligou tranquila, mas um tanto preocupada.

Interessante, uma pessoa tranquila, mas com a luz amarela da preocupação acesa… E aí, fulana, tudo bem? – “Comigo tudo, Prates, tudo bem, bem demais, e isso me inquieta”! A ex-colega me contou de encrencas por que passa na vida familiar, nada por culpa dela, mas ela sofre muito.

– Hoje estou bem, disse ela, mas já fico com o coração na mão, amanhã pode vir tudo de novo, problemão! Mais ou menos essa a conversa. Hoje tudo bem, mas o amanhã me preocupa…

Você já viveu situação parecida, leitora? Muita gente vive nessa inquietação. Usei da história da minha ex-colega para falar exatamente do que falo aqui dia sim, dia não: o aqui e agora na nossa vida.

Se agora está tudo bem, por que jogar uma preocupação para amanhã, uma preocupação que pode não se confirmar? E se não se confirmar, estraguei o meu dia de ontem com uma preocupação inútil.

Aliás, ao contar dessa vivência da minha colega, lembro, outra vez, de um ex-colega, baita mau-caráter, falecido, que um dia ao me encontrar feliz nos corredores da rádio onde trabalhávamos em Porto Alegre, jogou água fria na minha fervura.

Eu havia saído da sala do departamento de esportes feliz da vida, bah, estava pagando cafezinho até para a mãe Joana quando esse colega me pegou pelo braço: por que toda essa alegria? Contei que acabara de ver a escala de fim de semana e eu estava escalado para narrar o melhor dos jogos.

O tal colega, mau-caráter, me disse sério ao pé do ouvido: – “Te prepara, em seguida vai vir uma bomba para ti e esta tua alegria vai por água abaixo”! Mais ou menos isso.

Bah, já fiquei a olhar para os lados, o mau-caráter balançou a minha alegria. Não aconteceu nada depois disso, narrei o jogão.

O mesmo pode acontecer com essa ex-colega que anda vivendo encrencas diárias, mas que diante de um dia de paz, fica louca de medo do amanhã: – Será que vai continuar assim, numa boa? Viva o hoje, amiga, vivamos o hoje de tréguas e felicidades. Só temos o hoje na vida.

Michelle

Calma, a Michelle é outra. É Michelle Obama.

Dia destes, a ex-primeira-dama americana disse que os casamentos são realizados com muita pressa, os parceiros não se conhecem bem, para um casamento um pouco mais seguro é preciso tempo, tempo de conhecimentos e descobertas…

Ô, Michelle, tens toda razão, mas vá dizer isso aos apressados que querem logo “amarrar” os seus cavalos… Dá nisso que anda por aí, surras, tiros ou divórcios.

Brancos

Atenção candidatos! Do mesmo modo como quem sente saudade não erra o caminho, também não passa por brancos na hora de falar quem tem verdades para dizer e crê no que vai dizer.

Os vacilos na fala são muito mais por insegurança de quem fala, pouco conteúdo e dúvidas quanto ao que vai dizer. Na hora da fúria não vacilamos, temos o que dizer…

Falta dizer

Trecho do livro – “Confissões de um filósofo desesperado”, do magnífico catarinense, advogado, Luiz Gonzaga de Bem – “Por que Deus nos criou tão fracos, tão covardes, tão violentos, tão pretensiosos, tão pesados? Por que tantos canalhas ou medíocres, tão poucos heróis ou santos? Por que tanto egoísmo, inveja, ódio, tão pouca generosidade e amor”? Atrevo-me a responder: porque esse “deus” foi inventado…

 

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