Jorginho Mello está esticando a corda. Não apenas contra adversários, mas no ambiente interno do PL catarinense. A bancada estadual do partido se reuniu na terça-feira e decidiu por respaldar integralmente a candidatura do deputado Carlos Humberto em Balneário Camboriú. Cidade onde o prefeito, filiado à legenda na reta final da campanha de 2022, faz de tudo para minar o projeto natural, líder e mais viável com vistas ao pleito de outubro.

Mas não ficou só nisso. Os parlamentares resolveram também manifestar apoio a Bruno Souza, ex-deputado estadual, que não se elegeu federal por menos de 1 mil votos (Gilson Marques se reelegeu pelo Novo). Souza migrou para o PL e foi convidado para a reunião da bancada na terça-feira.
Nessa toada, o prefeito Topázio Silveira Neto acabou surpreendido com a visita dos deputados do PL e do próprio Bruno Souza, um crítico da administração municipal. Tudo na companhia do Sargento Lima, licenciado da Alesc porque assumiu a Secretaria de Segurança Pública a convite do governador.

Unção

Os deputados foram transmitir ao prefeito da Capital que o nome deles para compor de vice nas eleições deste ano é o de Bruno Souza.

 

Canelada

Atropelando solenemente o governador e presidente estadual do partido, Jorginho Mello, que, de maneira centralizadora, vem encaminhando as candidaturas. Especialmente nos grandes municípios. Ele decide e ponto.

 

Boicote

Em Balneário Camboriú, a bancada deixou claro que não subirá no palanque de um candidato apontado por Fabrício Oliveira. Isso numa vertente.

Xadrez

Na outra, a bancada se antecipou na Capital. O prefeito foi surpreendido e disse que precisaria conversar com Jorginho. O governador certamente ficou muito contrariado ante o movimento dos deputados, que não conversaram com ele nem com a direção do PL de Florianópolis.

 

De ombros

O que ocorre é que o governador não está dando muita bola para a bancada do PL na Alesc. Vem decidindo sozinho as candidaturas e composições do partido estado afora.

 

Alô, Jorginho

O movimento dos parlamentares foi um rechaço ao governador. Até porque aquele que é o chefe do Executivo estadual continua na presidência do partido, acumulando funções.

 

Olho no olho

Na próxima terça-feira, a bancada deverá se reunir novamente. Mas no palácio residencial. Oportunidade na qual as coisas serão colocadas de maneira transparente à mesa.

 

Estilo

Jorginho Mello tem perfil de ir esticando a corda, imaginando que ela não vai arrebentar. Pode não arrebentar, mas a paciência de correligionários vai se esgotando.

 

Histórico

Não custa lembrar que Luiz Henrique da Silveira, após embretado pelos deputados, entregou o comando do MDB a Eduardo Moreira, retirando Casildo Maldaner da proa partidária.
O mesmo ocorreu com Raimundo Colombo, que se elegeu governador e passou o comando do partido para outra pessoa.

 

Alternando

Jorginho Mello segue nas duas frentes: governo e partido. Reações começam a ficar perceptíveis. Abril, maio e junho serão desafiadores para o governador.
Até porque as convenções homologatórias vão ocorrer entre julho e agosto. A Alesc continua funcionando, desacelerada em função do calendário eleitoral.

 

Temperatura

Mesmo assim, há projetos importantes para o governo tramitando no Legislativo estadual. Se Jorginho não contar nem com os votos do seu PL, vai contar com o apoio de quem?

 

Quinteto

Dos 12 deputados do PL, cinco almejam candidaturas a prefeito esse ano. Bem verdade que Egídio Ferrari chegou oriundo do PTB, partido que se fundiu ao Patriota. Chama-se agora de Partido da Renovação Democrática (PRD). Caso Egídio se eleja prefeito de Blumenau, assumirá o primeiro suplente dessa fusão, do agora PRD.

 

Potenciais

Mas há as candidaturas viáveis do PL em Tubarão, Balneário Camboriú, Concórdia, além da projeção de Sargento Lima em Joinville. Neste cenário, os suplentes estão fechados, com os titulares vislumbrando assumirem os mandatos depois das eleições em caso de êxito dos colegas. Ou seja, o governador terá dias e meses indigestos pela frente.