Tudo culpa minha – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

27/10/2022 - 05:10

Tudo culpa minha, como toda culpa é sua, leitora. Queremos passar por anjinhos inocentes… A culpa de que falo vem das nossas escolhas ao longo da vida, escolhas de muita responsabilidade dos pais que nos (mal) educaram na primeiríssima infância. Depois disso, babaus, vamos ser, na essência, o que nos ensinaram por gestos e palavras.

Nascemos também ouvindo de “livre-arbítrio”, balela que inventaram, essa de que somos livres para escolher. Tudo nos leva a pensar que sim, mas… Falo agora de mim. Tive na vida cinco oportunidades, depois dos 18 anos, oportunidades de mudar totalmente a vida. As rejeitei a todas e sempre com bons arrazoados. Mas teriam mesmo sido bons arrazoados ou foram medos, inseguranças de uma personalidade regida por escolhas erradas?

Não sei, sei que foram cinco oportunidades especiais, oportunidades que mandei para o espaço. E aí, me arrependo? Não sei, sei que escolhi o que escolhi, e nesse caso qualquer arrependimento hoje só teria ou tem um responsável, eu mesmo. Vale para todos nós. Quem nos manda escolher os amiguinhos na infância? Ninguém, nós os escolhemos, como eles nos escolhem.

Quem nos mandou cursar esta ou aquela faculdade? Sim, há muito pressão dos pais, mas… Liberdade nossa, escolha nossa em última instância. E as namoradas, namorados, foram eles quem nos pegaram pelo pescoço? Não, não foram, foi um acerto ou uma estupidez nossa essa escolha. Fazer poupança ou gastar todo o salariozinho em bobagens, em frescuras?

Escolha nossa, só nossa. Sabemos o que estamos fazendo. Uma festa pela frente? Então, é hora de fazer escolhas. Vestir-se adequadamente como gente ou vestir-se levianamente como uma lambisgoia ou um frajola? Fazer escolhas parece fácil, e é… É se o que fizermos tanto faz como tanto fez para nós nos resultados, mas quem vive assim vai se estrepar na vida.

Tentações são provocações da vida, sempre sabemos que tentações são serpentes no nosso paraíso nos oferecendo prazeres a pouco custo. Vamos nessa? Afinal, não há ninguém por perto, se eu fizer só eu vou ficar sabendo, certo? É assim que muitos pensam e por pensarem assim fazem escolhas erradas. Quem semeia ventos…

DIVÓRCIO

Discutiam na tevê um tema cuja proposta era: – “Me separei, e agora”? Essa pergunta nem devia ser feita, ela pressupõe uma surpresa. Não é. Quando casamos sabemos, ô, se sabemos, inconsciente ou conscientemente, se ele ou ela vale a pena. E malgrado todas as intuições e cutucões das dúvidas/certezas, casamos. E agora, o que faço? Isso tem que ser pensado antes do divórcio, depois é vitimismo, surpresa mentirosa… Burrice.

VERDADE

Tinha que ser assim, mas não é… O sujeito deu várias surras na mulher, ela fez ao longo do casamento oito boletins de ocorrência contra o marido, mas continuou com ele. Até que um dia, ele perdeu os canecos e deu um tiro nela. A “pombinha” foi mal para o hospital, mas salvou-se. O marido foi condenado, mas… Ela também o foi. A juíza do tribunal a condenou por ter ficado com o vagabundo mesmo depois de saber que ele não prestava, ela “sabia” disso mesmo antes do primeiro tapa. Aconteceu nos Estados Unidos. Tem que ser assim aqui também. Sonsas coniventes!

FALTA DIZER

Acabo de ler (pela milésima vez…) que “Querer é poder”. Não é nada disso. “Saber” querer é o correto. Posso querer uma tolice que me é impossível, mas como sou um otário me frustro e não vejo que esse querer não tem nenhum poder, tem uma loucura. Quem “sabe” o que quer, ah, esse vai longe.