O menos pode ser mais – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

21/01/2023 - 05:01

O medo é o nosso carrasco existencial, não existe quem viva sem medo. E esse medo, natural na condição humana, precisa ser trabalhado. Buscar uma vida mais tranquila é a busca de todos, ainda que muitos não deem sinais de que se importam com os medos.

Aliás, muitíssimas pesquisas já foram feitas com pessoas que, na aparência, pareciam “nem-aí” para as inquietações e medos. Nem-aí uma ova! Monges budistas, gente apegada à meditação, religiosos de todos os registros, gente, enfim, que nos passam mensagens fantasiosas não são o que parecem.

O que foi descoberto com eles? Que são pessoas plenas de doenças psicossomáticas, geradas pela cabeça, pessoas nada longevas, morrem tão cedo quanto às outras, nada, enfim, que as pudessem justificar em seus misticismos ou religiosidades. Os apegos na vida vêm dos medos humanos.

O querer mais e mais é uma tapeação que tentamos passar inconscientemente para nós mesmos. Aliás, li ontem sobre um piloto de moto, o cara é seis vezes campeão mundial, Jonathan Rea, da Irlanda do Norte. Ele disse algo interessante, nada novo… Disse que “Quando temos a oportunidade de ganhar isso é muito motivador.

É como uma droga. Uma vez que se experimenta ganhar, não se quer perder essa sensação, mas o problema é que essa sensação dura muito pouco, esvai-se bastante depressa”. Jonathan sabe o que diz. Essa postura falada por ele é que justifica, por exemplo, a estupidez dos muitos ricos.

Os caras têm dinheiro para a eternidade, contudo, querem mais e mais. É a estultícia humana de achar que os bens materiais nos vão dar vida para sempre. – “Ah, Prates, mas os caras não pensam assim”! Claro que pensam, todos pensamos, ainda que usemos de mentiras para nos tapear, para nos afastar do medo…

Do pior dos medos, o da monja da foice. Quantos e quantos idiotas, homens, muito mais que elas, vivem pulando de casamento em casamento? O conquistado hoje tendemos a desprezar amanhã, é o insaciável quero mais e mais que nos tira o sono. Bom, sabe-se que o melhor da viagem não é a chegada, é o trajeto.

É o sonho de chegar. Uma vez chegados vem o quero mais, quero outra chegada. Desapego e minimalismo é o caminho para uma vida com “menos” medo. Com menos, apenas isso…

ELAS

Falei do querer mais e mais? Pois elas parecem que não querer mais. A manchete dizia assim: – “Mulheres com mais de 60 anos não querem mais casar, querem liberdade”. Artigo da revista Caras. Por que será que elas uma vez viúvas ou separadas não querem mais ninguém depois dos 60 anos? Ora, porque sabem de tudo das mesquinharias, dependências, prepotências e “criancices” dos machinhos/bebês que andam por aí. É mesmo de sair correndo.

TRABALHO

Revolução, já. Calma, a revolução que prego é a dos costumes, da educação caseira, da única educação que pode ajeitar “um pouco” este país. Parte dessa “revolução” tem que passar pelo trabalho, “homens” e “mulheres” de 12, 13 anos, mais tardar, já devem estar trabalhando ou sendo encaminhados para o trabalho. Chega de vadiagem até… Até terminarem a faculdade, isso quando terminam e ainda não ficam coçando por muito tempo. Ao trabalho, já, “meninada”…

FALTA DIZER

Um anestesista, médico, foi preso esta semana, por estupro. Mas ele se postava boa pinta, como bom partido nas redes sociais, e exibia fotos com armas. Estuprador e exibindo armas? – Ah, cara, eu te queria por 22 segundos na “minha” delegacia. Não mais. Segundos inesquecíveis para ti…