Não seja um livro aberto, lacre-o – leia a coluna do Prates desta quinta-feira (24)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

24/09/2020 - 06:09

Já ouvi muita gente dizer – “Minha vida é um livro aberto, não tenho nada a esconder”! Cuidado, livros abertos costumam não despertar curiosidade, ficam encalhados nas livrarias. Você já deve ter notado que os últimos lançamentos vêm envolvidos em papel plástico, para as pessoas não os folhearem e terem de antemão uma ideia se prestam ou não…

Livros vedados com esses papéis plásticos despertam mais atenção. Nós, pessoas, somos parecidos.

Quanto mais abrimos a boca, quanto mais contamos de nós mesmos, mais frágeis ficamos. E digo isso, leitora, porque já ouvi de tudo de colegas e amigos, pessoas frágeis que não se dão conta de que contar de problemas pessoais ou de intimidades familiares nunca será bom negócio.

Os “amigos”, mais das vezes (ou sempre?) ficam felizes com nossas encrencas. E tem mais. Quando não falamos de nossa vida aos outros nos tornamos um “mistério”, as pessoas vão dar a volta no quarteirão para saber de nós.

E você sabe, quanto mais sabemos de uma pessoa, mais poder teremos sobre ela. Na hora de uma desavença, de uma briga, teremos o que jogar na cara dessa pessoa…

– “Ai, Prates, que grossura fazer isso”!

Não é grossura, amiga, é o que as pessoas fazem, só não fazem as muito bem-educadas, as que mesmo ofendidas não dão o troco que podiam dar. Manter a boca fechada, e até mesmo dentro de casa, com o marido, com a mulher, com os filhos, costuma ser grande negócio.

Ser um tanto misterioso no ambiente de trabalho é um grande sucesso, aliás, grande não, é o melhor negócio. Que especulem sobre nós, mas que não tenham nenhuma garantia.

Aliás, parece que aí “estaria” o segredo do sucesso da psicanálise freudiana, você conta de tudo sobre você para uma pessoa “neutra” que não tem por que sair por aí falando mal de você. Mas não há garantia, mesmo na situação psicanalítica.

Sei de imbecis que fazem psicoterapias e contam para suas mulheres e amigos de pessoas que por elas são tratadas. Patifes.

Muitos médicos fazem isso, sem falar dos “esteticistas” da medicina que fazem publicidade dos famosos por eles tratados. Ordinários. Melhor é boca fechada, melhor de tudo é ser um livro lacrado, que ninguém o possa folhear só por curiosidade.

Silêncio

Já falei que manter a boca fechada é grande negócio. E isso enlouquece os conhecidos…

Todavia, diariamente leio sobre levianas, cantoras, atrizes, apresentadoras, dessas metidas a famosas, dando detalhes na internet sobre sexo anal e bandalheiras de todo tipo, e agora a moda é falar de vibradores, afinal, os maridos vivem cansados…

Dizem essas bobagens e depois torcem o bico para as meretrizes. A língua também se escova, parvas.

Vendas

Nas minhas palestras para vendedores cansei de dizer que eles tinham que ter dezenas de pares de sapatos, vendedor que não anda, não vende. E andando gastam as solas…

Sem falar naqueles que nas sextas-feiras ao meio-dia encerram o expediente da semana dizendo que ninguém mais está nos escritórios e nem faz compras no fim de semana. Vendedores de araque, sem fé.

Falta dizer

A ignorância é mesmo a mãe de todos os vícios, no caso atual, mãe de muito sofrimento e mortes.

Falo dos abobados, interesseiros de muitos “negócios”, que apregoam que o vírus foi embora e que não há mais porquê cuidados especiais.

Vão se ferrar e depois culpar a quem, irresponsáveis? Uma vacina contra a ignorância faria grande sucesso…

 

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