Ficar velho – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

27/01/2023 - 07:01 - Atualizada em: 27/01/2023 - 07:54

Ficar velho ninguém quer, só que… Ao darmos a primeira piscada de olhos, ao sermos expulsos do paraíso, já estamos envelhecendo. Paraíso, sabemos, só existe um: o ventre materno. Ser velho é algo impreciso, há os que aos 15 anos pensem que ao chegar aos 20 serão velhos. E assim pensamos até à hora do ponto final. Mas vamos lá, o tempo é curto e conversa fiada não ajuda em nada. Acabei de ler um texto cujo título era: – “Inúmeras coisas que melhoram com a idade”. Não pisquei e me atirei. O texto estava num site de jornalismo e começava falando de vinhos, o vinho quanto mais velho melhor, aquela coisa… O texto continuava falando de arte, de peças antigas que com o tempo se valorizam mais e mais, falava também de uísques… E por aí a coisa rolava até que chegou a nós, os humanos. Vantagens da velhice. Uma delas – com menos despesas, os velhos têm suas contas bancárias mais aliviadas, sobram saldos… Não no Brasil, caras-pálidas! Outra vantagem da velhice é relaxar mais, perdoar e esquecer com mais facilidade. Bah, tremenda furada, penso o contrário, os velhos costumam olhar para traz e não aliviar os rancores contra certas pessoas, não perdoá-las, jamais. Maioria. Outra vantagem da velhice, o sujeito não exige mais beleza do corpo físico, se acostuma às rugas, aos queixos caídos, e até a mais algumas coisas caídas… Negativo, o que mais vejo são idosos fazendo “harmonizações” pelo corpo. O texto dizia ainda que o sexo fica melhor. Aí é de pensar. O sexo na velhice não deve ser teste de potência do motor, mas sim de resistência “do motor”. Companheirismo, carinhos, estar juntinhos, tudo bem, mas isso é outro tipo de vivência sexual, nada a ver com “mandar ver”… Ah, outra coisa que melhora na velhice, dizia a matéria, é o vocabulário. Também discordei, os velhos costumam se queixar da memória, mas não se dão conta de que desistiram de ler e de aprender, e aí não há memória que aguente. Também dizia que fica mais fácil na velhice tomar decisões. Discordo, velhice, para a maioria, é um parafuso de incertezas. A velhice também valoriza a família… Valoriza ou “depende” da família? Mais depende que valoriza, é o que mais vejo. Levante o dedo quem quer envelhecer! Hummm, ninguém…

VERGONHA

Nos obituários, frequentemente, as famílias não revelam a causa-mortis do familiar. É que certas doenças são “constrangedoras”, pensam muitos. Como, aliás, acontece com as doenças mentais. Ninguém quer admitir um louco, uma louca, na família. Digo louco, louca como se dizia no passado e se diz ainda hoje. Como se as doenças não fizessem parte da condição humana. Pois é, mas algumas doenças envergonham as famílias… Fora disso, ninguém tem “preconceitos”. Hipócritas.

MANDRIÕES

Gostaria de ver esse abobadão num teste profissional. Um cara, num site de jornalismo, dizendo que – “Prefiro pedir demissão a voltar a trabalhar todos os dias no escritório”. Baita incompetente, com certeza. Trabalhos remotos, caseiros, são incomparavelmente piores que os trabalhos presenciais. A exemplo do que acontece com os cursos superiores a distância. O grupo e a sociabilidade diária elevam as potencialidades das pessoas. Mas os mandriões querem dormir até tarde…

FALTA DIZER

Reportagem do site UOL – “Do céu ao inferno – padres falam sobre depressão e busca por ajuda. Especialistas criticam ambiente tóxico da Igreja”. Pudera, o convívio dos religiosos com os “beatos” é altamente tóxico, os “beatos” só levam encrencas para a igreja, nunca vão agradecer “antecipadamente” uma graça, nunca. Negocistas da fé!