Crianças existem para serem felizes. Adultos existem para proporcioná-las isso. Eis então, a desafiadora, mas sublime, missão de educá-las nesse mundo em ebulição tecnológica e em constante transformação de valores e possibilidades.
Surge daí, os inevitáveis questionamentos e autorreflexão: se educa para o mercado ou para a vida? Se determina a direção ou se mostra o caminho? Se impõe controle ou se proporciona liberdade?
De fato, o novo mundo muda as percepções e necessidades das crianças, mas não pode mudar a fonte do amor, da fantasia e da felicidade delas.
Por isso, nesse dia especial, nosso editorial assume a fantasia de uma criança e imagina o mundo governado por elas: Como primeira lei, sem dúvida, esse mundo seria colorido e musical; a semana teria dois sábados e dois domingos; no lugar de edifícios velhos, abandonados e fábricas poluidoras, haveriam parques verdes e floridos; as indústrias de armas se converteriam em fábricas de brinquedos; as propagandas, sobretudo de política, seriam eliminadas, para que ninguém precisasse mentir e enganar; os automóveis barulhentos e poluidores seriam exterminados, e pelas ruas só pedestres, bicicletas, patins, skates. Nas relações humanas, a competição daria lugar para a colaboração; a separação para a união; a injustiça para a justiça; o ódio para o amor.
Caberia aos adultos, unicamente, garantir o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, que eles próprios criaram por meio da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, cujo artigo 3º estabelece que “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes ao ser humano, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.”
Portanto, está mais do que decretado que nesse País, toda criança tem o direito de ser feliz. Viva as crianças!