“Educação compartilhada”

Nos últimos anos, pesquisas e tendências apontam para profundas mudanças educacionais. Há quem assinale o fim de carreiras e o nascimento de outras tantas ligadas à tecnologia; institutos indicam que os estudantes que se formarem no ensino superior passarão por mais de 10 profissões durante sua vida profissional e colocam as habilidades socioemocionais como diferencial para o profissional do amanhã.

Todas estas previsões ajudam a desenhar a educação que precisamos oferecer aos estudantes, para que estejam preparados para o mercado de trabalho. Cabe, à academia, entregar um ensino de qualidade, moderno e que faça sentido em um mundo cada vez mais diverso e exigente. A antiga escola já não oferece mais o que os estudantes procuram e, ainda mais importante, o que precisam para se destacarem profissionalmente.

Mudar o olhar para a maneira como transmitimos conhecimento e, mais ainda, rever o papel do professor são temas que devem fazer parte dos tópicos de discussão das instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas.

Neste novo mundo, o professor passa a ser mentor e facilitador do conhecimento. É ele que irá guiar o estudante na busca por conhecimento e experiência. Usando metodologias de ensino que tragam as novas tecnologias para a sala de aula, o professor irá desenvolver mais a mentoria e menos a posição de detentor de todo o conhecimento.

A sala de aula passa a ser um local de aprendizagem compartilhada, na qual estudantes e mestres dividem o conhecimento e se complementam.

Outro ponto muito importante neste novo jeito de pensar a educação é um currículo alinhado com as tendências mundiais. Para isso, é preciso desenvolver parcerias que fortaleçam o conteúdo e que aproximem a academia do mercado de trabalho. Estas iniciativas fazem a diferença e ajudam no caminho para uma educação mais inclusiva, disruptiva e que atenda aos anseios das empresas e dos estudantes.

O profissional do amanhã, que será formado por instituições hoje, deve ter a inovação e o empreendedorismo como pontos altos de suas habilidades. Se as empresas buscam profissionais que tenham autonomia, facilidade para resolver problemas e segurança para tomar decisões são estas competências que precisam ser desenvolvidas.

A teoria ainda faz parte das grades curriculares e precisa estar presente para trazer conteúdo e histórico para as mentes pensantes, mas são as habilidades sócio emocionais que devem estar no centro das discussões.

Ter capacidades que são, cada vez mais, pedidas pelo mercado, mas não são ensinadas nas escolas é um diferencial aos profissionais. Ao mesmo tempo, é importante que o sistema educacional incorpore estas habilidades como parte do ensino para ajudar os estudantes e o mercado de trabalho a atingirem sua capacidade máxima no menor tempo.

É um caso em que é a sociedade que sinaliza para a academia o que ela precisa. Este é o momento no qual estamos vivendo. Um mundo com espaço para as pessoas se expressarem e pedirem as melhorias que acham necessárias.

Cabe às instituições de ensino ouvir, entender e atender este pedido, mostrando que esta mais aberta e muito mais participativa. Ter na comunidade uma parceira para o crescimento e aprimoramento da educação é, de fato, uma grande sorte e uma opção que já foi feita pelas melhores instituições do país.

Isso faz com que a ampliação ou adaptação do currículo tradicional para uma grade robusta e que agregue valores éticos, habilidades sociais e inovação sejam pré-requisitos fundamentais para ajudar a construir as bases de um profissional preparado para o futuro.

Por isso, a função das instituições se torna primordial no que tange o pensar o futuro da educação. Cada vez mais, devemos formatar uma base sólida e fornecer aos estudantes as ferramentas de que precisam para ingressar no mercado de trabalho.