Esclerose múltipla: entenda mais sobre a doença

Neurologista Dr. Vicente Caropreso

Por: Elissandro Sutil

21/04/2022 - 07:04 - Atualizada em: 21/04/2022 - 09:40

Esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune, que atinge os axônios mielinizados no sistema nervoso central (capa que recobre os neurônios), comprometendo assim a capacidade física do paciente.

Segundo o neurologista Dr. Vicente Caropreso, a doença atinge pessoas jovens entre 20 e 40 anos, e principalmente as mulheres. Entretanto, no Brasil a doença é considerada de baixa prevalência.

Não se conhecem ainda as causas para o desenvolvimento da doença. Sabe-se, porém, que a doença é multifatorial, supostamente desencadeada por uma interação de fatores genéticos e ambientais.

“A incidência da doença varia de país e região por conta dos fatores genéticos e meio ambiente. A falta de exposição ao sol na infância, por exemplo, pode ser um fator que contribui para o aparecimento da esclerose múltipla. Assim, é mais comum em pessoas de pele branca que vivem em zonas temperadas como na Suécia, onde chega a ter 300 casos para 100 mil habitantes”, destaca o especialista.

O diagnóstico é basicamente clínico, realizado por exames de imagem como, a ressonância magnética, porém, pode ser difícil, visto que existe uma grande variedade de sintomas que muitas vezes desaparecem e retornam. Na maioria das vezes, as pessoas costumam procurar clínicos gerais ou oftalmologistas, dependendo do sintoma inicial, por conta disso demoram a identificar a doença, o que pode causar sérias implicações e até retardar o diagnóstico correto.

O início da esclerose múltipla pode ser bastante sutil, onde o paciente pode passar dois ou três anos apresentando apenas sintomas leves, fazendo com que a pessoa não dê tanta importância aos sintomas. Os principais sintomas são:

  • Fadiga anormal e fraqueza muscular;
  • Alterações na fala e visão;
  • Sintomas relacionados ao equilíbrio, mobilidade e coordenação motora;
  • Dor e alterações na sensibilidade;
  • Alterações no funcionamento de intestino e bexiga

TRATAMENTO

A partir da confirmação do diagnóstico, o tratamento medicamentoso tem por finalidade reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos, reduzindo assim a incapacidade durante a vida do paciente.

“A esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser controlada. Hoje, no Brasil, existem diversas opções de tratamento através de cápsula oral diária ou injeções diárias, semanais e mensais, além do uso de vitamina D”, ressalta Dr. Vicente

O tratamento muitas vezes é focado em aliviar os sintomas, entretanto o efeito mais importante é a redução das consequências das lesões do cérebro e medula.

A área da neurologia que estuda esta doença está em uma busca incessante do tratamento ideal para evitar os sintomas incapacitantes, a dependência das pessoas e encontrar a cura.

Sobre o especialista

O Dr. Vicente Caropreso (CRM-SC 3463 e RQE 618) atende no centro de Jaraguá do Sul. É médico neurologista desde 1983, voluntário da Apae de Jaraguá do Sul. É referência estadual dos Agravos Epidemiológicos Botulismo e Doença de Creutzfeld-Jacob (DCJ) e é médico honorário do Hospital e Maternidade São José.