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Alunos da escola José Duarte Magalhães criam 78 projetos para Feira de Ciências e Tecnologia

Professor de física da instituição é o responsável por coordenar e auxiliar os 78 projetos criados pelos alunos | Foto Eduardo Montecino

Por: Elissandro Sutil

30/08/2019 - 05:08

A quarta-feira (29) foi de muito conhecimento e inovação na escola estadual Professor José Duarte Magalhães com a realização de mais uma Feira de Ciências e Tecnologia, cheia de novos projetos e invenções feitas pelos alunos do ensino médio.

Logo no início do ano letivo, o professor de física Emerson Avelido de Medeiros, 34, propôs a seus alunos que encontrassem um problema no próprio dia a dia e a partir disso, desenvolvessem um produto inovador para solucionar.

O desafio foi aceito pelos quase 400 alunos e resultou em 78 projetos, cada um feito por pelo menos três estudantes.

 

 

Segundo o professor, a ideia principal é mostrar o empoderamento pessoal que cada um dos envolvidos tem. “Eu queria mostrar que eles são capazes de fazer o que quiserem e que se hoje eu sei mais do que eles é porque estudei mais tempo, mas que eles podem ser muito melhores do que eu”, explica.

O passeio pelas invenções no ginásio de esportes iniciou com um pino antifurto para bicicletas. O pequeno utensílio é colocado no ventil da bicicleta e ao rodar, faz furos no pneu. A ideia é que quando o pneu estiver vário, a pessoa desista do furto e deixe a bicicleta onde estiver.

O pino antifurto é quase imperceptível | Foto Eduardo Montecino / OCP News

Enxada elétrica, canudinho reutilizável de chuchu, tratador para pássaros, tratador para cães e gatos e até porta-celular cheio de estilo, para quando o aparelho estiver carregando, foram criados pelos alunos.

“Alguns estudantes desistiram e depois de uma conversa muito amigável que tive com eles, voltaram e fizeram”, afirma Emerson.

O estudante Cleverson Cortes Junior, de 16 anos, explica que a ideia inicial era muito mais complexa e a falta de verba também foi um dos fatores que estavam desmotivando o grupo.

Com a ajuda do professor, criaram um ímã com “braço” para que a pessoa não precise se abaixar para pegar objetos no chão.

Depois de pensarem que o projeto não daria certo, os estudantes conversaram com o professor e optaram por realiza-lo de forma mais simples | Foto Eduardo Montecino / OCP News

Emerson menciona que alguns trabalhos são bem simples, enquanto em outros foi necessária a ajuda de adultos para que o projeto saísse do papel.

Um dos exemplos foi o de uma aluna que precisou da ajuda do pai para soldar. “Ela me disse que fazia muito tempo que não fazia algum trabalho com o pai”, comenta.

Outro projeto que envolveu a família de uma das alunas é o suporte para telhas, criado por Flávia Tastuello, 16, Luana Fernandes, Taulane Caroline Lima, Joice Souza e Jamylle Borges, ambas com 15 anos.

“O suporte foi feito justamente para diminuir a força e o risco de acidente na construção do telhado”, explica Flávia.

Conforme as estudantes, sem o suporte seria necessário pelo menos duas pessoas que fariam muito mais esforço e provavelmente iriam demorar o dobro do tempo para terminar a construção. O projeto foi criado pensando no pai da estudante, que é marceneiro.

Segundo as estudantes, o projeto já foi testado em tamanho real e deu certo | Foto Eduardo Montecino / OCP News

De longe o trabalho dos estudantes Stefany Camargo da Silva Todt, 16, Kauana Campos Kreiner, 16 e Felipe Nelmann Marquardt, 15, não parece chamar muita atenção, a não ser quando o botão é acionado. O pequeno aparelho feito utilizando um suporte de óculos e uma bateria é um alarme anti-assédio.

Ele funciona na seguinte forma: quando você se sentir assediada, aperta o botão e ele vai fazer um barulho. O assediador vai se sentir intimidado e as pessoas que estão ao seu redor poderão ajudar”, explica Kauana.

O pequeno objeto pode ser usado tanto no cós da calça, quando pode ser levado na bolsa ou carregado na mão | Foto Eduardo Montecino / OCP News

A feira aconteceu durante os três períodos do dia.

Mesmo assim, a assessora de direção Ana Maria Nasato Moretti, 54, diz que uma das maiores dificuldades é a participação da família, principalmente quando se trata das turmas do ensino médio. “É muito importante que as famílias participem dos eventos da escola e incentivem os estudantes com os projetos”, destaca.

As melhores invenções vão representar a escola na etapa regional da feira, que vai acontecer no dia 18 de setembro na escola municipal Rodolpho Dornbusch, que foi a vencedora de 2018.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP