Ministério Público pede arquivamento de processo envolvendo Maycon Konell

Foto: Divulgação Redes Sociais

Por: William Fritzke

22/04/2019 - 15:04 - Atualizada em: 22/04/2019 - 15:58

Após quase dois anos, o Ministério Público pediu o arquivamento do processo envolvendo o massarandubense Maycon Konell, que era investigado dentre outras situações, pela morte da filha que ocorreu por causa indefinida, em Massaranduba, em 2016.

As suspeitas começaram a recair sobre ele depois que Maycon sumiu da cidade e foi se esconder no Paraná, onde foi preso.

Por já ter trabalhado em funerárias, os próprios moradores de Massaranduba começaram a desconfiar que ele teria assassinado a filha, na época com 2 anos de idade. Para piorar a situação do suspeito, em um período de seis meses, faleceram sua mulher, a sogra e a filha, todas por causas naturais.

As três morreram em sequência: a mãe em abril, a avó em agosto e a menina em outubro e Maycon era investigado pela morte da criança.

Em razão das mortes e de uma briga com o ex-companheiro, que motivou a fuga do massarandubense ao Paraná, as investigações tiveram início. Maycon chegou a ser preso pela polícia paranaense pelos crimes de ameaça, estelionato e apropriação indébita, em março de 2017.

Segundo informações do delegado André Beckman, o pedido de prisão se deu depois que o suspeito desapareceu do município, no início do ano, com o carro e cheques do companheiro.

Dois habeas corpus chegaram a ser negados nas primeiras instâncias e um terceiro foi negado no STJ, fazendo com que ele ficasse preso. 

Na decisão, o promotor de justiça Rafael Sampaio explica que, “apesar de todas diligências realizadas, a ocorrência de um ou mais crimes específicos não pode ser suficientemente demonstrada, de modo que, apesar das suspeitas levantadas, não foram colhidos indícios suficientes para embasar o oferecimento da denúncia”.

O promotor diz ainda que “sem negar a gravidade do ocorrido, e a possibilidade de que o investigado pode ter cometido um ou mais dos crimes, isso não foi possível ser comprovado através das perícias”.

Regina, uma das falecidas, esposa de Maycon, segundo laudo médico, era portadora de algumas doenças mas nenhuma que, segundo a médica dela, pudesse a levar a morte.

Ela teve uma parada cardiorrespiratória após um período internada no hospital. Entretanto, não foi realizada uma necropsia para descobrir a causa mortis.

Existia uma tese de que havia um seguro em seu nome tendo Maycon como beneficiário, o que não foi comprovado.

Olivone de Carvalho, a sogra, conforme a certidão de óbito, morreu de infarto agudo do miocárdio e embolia pulmonar.

O que se sabe sobre sua morte é que Maycon a encontrou já sem vida na cama de seu quarto. O corpo também não foi submetido a necropsia.

No que diz respeito à filha, Maria Alice Konnel, no dia da morte, ela estava com o pai, que teria ido à cozinha buscar um suco, encontrando a filha em convulsão ao retornar para o local onde a havia deixado.

A causa da morte foi parada cardiorrespiratória. Como a criança era jovem e saudável, ela foi submetida a análises no IML. No conteúdo gástrico, foi detectada a presença de bronfeniramina, substância presente em antialérgicos.

Uma exame para verificar o quantitativo da substancia foi solicitado ao IGP (Instituto Geral de Perícias), porém, não pode ser feito por falta de sangue da menina.

A substância é comum em medicamentos, mas em altas doses pode matar. Mas, sem saber a dosagem, não é possível afirmar se isso tirou ou não a vida da garota, assinala o promotor.

Finalizando o parecer, o promotor afirma que:

“Conclui-se então que não se logrou êxito em demonstrar que efetivamente aconteceu um crime, pois apesar da probabilidade disso, não há indícios concretos e fortes a ponto de sustentar a deflagração da ação penal.”

Maycon já está em liberdade.

 

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