Aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) saiu em defesa do ex-presidente da República, após a decretação de prisão domiciliar feita pelo ministro do STF, Alexandre de Moares. “Presidente Bolsonaro, tem a minha solidariedade e o povo brasileiro está do seu lado”, afirmou Jorginho, que alertou: “Não é prendendo o maior líder de direita dos últimos anos do Brasil que nós vamos consertar e restabelecer a paz”.
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O chefe do Executivo catarinense pediu maturidade e equilíbrio entre os Poderes da República. “A chapa está muito quente. As instituições precisam, de uma vez por todas, acalmar esse jogo. A insegurança campeia em todos os cantos do Brasil”, pontuou.
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Outros governadores também sairam em defesa de Bolsonaro e a maioria criticou a decisão da Suprema Corte. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, apontado como possível forte herdeiro político de Bolsonaro, considerou a prisão como “absurdo” e sugeriu que a democracia no país está sendo destruída.
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“A verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar. Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais? Já passou da hora das instituições tomarem iniciativas para desescalar a crise, acabarem com uma disputa que resulta em soma zero, que mostra incapacidade de resolver e mediar conflitos, que não gera outro efeito senão a perda de confiança”, postou em uma rede social.
Já o aliado Cláudio Castro (PL-RJ), que governa o Rio de Janeiro, classificou a prisão de Bolsonaro de “medida extrema” que aprofunda a polarização política do país. “Bolsonaro sempre esteve à disposição da Justiça. Já disse e repito: não dá para tratar um ex-presidente desta forma. Decretar a sua prisão domiciliar é uma medida extrema que acirra tensões políticas e aprofunda divisões em um país que precisa de equilíbrio e serenidade”, pontuou.
O também aliado e candidato a presidenciável Romeu Zema (Novo-MG), governador de Minas Gerais, vê uma “perseguição política” a Bolsonaro por parte do STF, com uma “democracia do medo”.
“Mais um capítulo sombrio na história de perseguição política do STF. Alexandre de Moraes agora colocou Bolsonaro em prisão domiciliar por ter sua voz ouvida nas redes. É a democracia do silêncio. A democracia do medo. Toda minha solidariedade ao presidente e sua família”, publicou.
Antigo aliado e envolto em rusgas com o ex-presidente desde as eleições municipais de 2024, o governador goiano Ronaldo Caiado (União-GO), também saiu em defesa de Bolsonaro afirmando que ele já está condenado antes mesmo da conclusão do julgamento pelo suposto envolvimento no alegado plano de golpe de Estado.
Apesar de prestar toda “solidariedade” a Bolsonaro e a criticar a condução do processo no STF, Caiado aproveitou a oportunidade para se posicionar em relação ao seu projeto de pré-candidato à eleição presidencial do ano que vem.
“O Brasil exige mudança, com uma liderança que tenha autoridade moral e seja capaz de dialogar com todos os Poderes e, com equilíbrio, pacificar o Brasil e conduzir as reformas que realmente importam. O País não aguenta mais ver seus problemas reais sendo deixados de lado, com os brasileiros reféns do crime organizado e sofrendo com a inflação e a falta de perspectivas, em meio a disputas que alimentam o caos e o confronto”, afirmou.
O também aliado Wilson Lima (União-AM), governador do Amazonas, seguiu na crítica ao STF pela condução do processo de Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente já está condenado antes mesmo do fim do julgamento.
“Em uma democracia, a liberdade de expressão é um direito sagrado que deve ser garantido a todos os cidadãos. Bolsonaro não tem sentença condenatória e não deveria ser punido antecipadamente por se manifestar politicamente. Registro minha solidariedade a ele e à sua família”, pontuou.
O também possível presidenciável e aliado de Bolsonaro, Ratinho Jr. (PSD-PR), governador do Paraná, adotou cautela ao criticar a prisão do ex-presidente, afirmando que as instituições da República devem “buscar o equilíbrio”, o “fortalecimento” e a “harmonia dos Poderes”.
“O povo brasileiro acorda diariamente buscando prosperidade. E tem visto, infelizmente, cenas tristes, até mesmo com prisão domiciliar. Não será com ativismo, seja de qualquer parte, que iremos construir um novo País. […] Briga não coloca mais comida na mesa do trabalhador. O Brasil precisa de união para seguir em paz. Ao ex-presidente Bolsonaro, a minha solidariedade”, afirmou.
É um tom semelhante ao adotado pelo gaúcho Eduardo Leite (PSD-RS), que ainda criticou a condução do processo no STF com a prisão antes mesmo da conclusão do julgamento.
“Como brasileiro, recebo com desânimo este episódio envolvendo a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não gosto da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar, e gosto menos ainda de vê-lo ser preso por isso, antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte”, pontuou.
Leite, que também flerta com a possibilidade de disputar a eleição presidencial de 2026, ainda fez uma referência ao seu antigo partido – o PSDB – para afirmar que apenas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não foi preso ou sofreu impeachment desde a redemocratização.
“Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos”, completou.
Por outro lado, o também aliado de Bolsonaro, Ibaneis Rocha (MDB-DF), que governa o Distrito Federal, não se pronunciou sobre a prisão. Já sua vice, Celina Leão (PP-DF), considerou a medida como “drástica e desnecessária”, sem “sentença condenatória” e que o ex-presidente “não merece ser privado do seu direito de ir e vir, nem da sua liberdade de expressão. Como amiga pessoal, registro a minha solidariedade à família”, arrematou.
* Com informações da Gazeta do Povo.