Quantidade de gatos abandonados no Centro preocupa moradoras em Jaraguá do Sul

Muitos dos felinos estão com problemas de saúde. Moradoras pedem solução do poder público | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Leonardo Koch

28/05/2019 - 05:05 - Atualizada em: 28/05/2019 - 09:33

A limpeza de fezes e tufos de pelos do pátio de casa virou rotina nas manhãs de Teresinha Werner. A sujeira, que parece só aumentar, é causada pela quantidade absurda de gatos que vivem em um terreno nos fundos da residência, nas proximidades da antiga Borrachas Wolff, no Centro, em Jaraguá do Sul. A situação caótica tem preocupado e gerado constrangimentos para a dona de casa que já não sabe mais o que fazer.

Em um ato de solidariedade na tentativa de amenizar o problema, uma vizinha de Teresinha, Maria Cristina Sansão, recolheu cerca de quarenta animais que estavam invadindo as residências do bairro e circulando pelos telhados em busca de comida. Em um ano, apareceram mais de 200 animais.

No início, Maria dava conta de cuidar dos felinos, mas a situação foi piorando progressivamente. “Minha casa é muito pequena e não tenho condições financeiras e nem psicológicas para ficar com esses animais”, lamenta. “Muitos deles estão cegos e doentes”, completa.

Maria Cristina Sansão recolheu 40 gatos abandonados que apareceram na residência de sua vizinha | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Segundo Maria, depois de um contato com o Centro de Zoonose do município, dez animais que ela havia recolhido foram castrados. Entretanto, os responsáveis pelo órgão, conforme conta a dona de casa, possuíam recursos limitados para ajudar. “Eles me disseram que era necessário procurar uma ONG protetora dos animais”, afirma.

Maria explica que chegou a pedir ajuda nas redes sociais e em associações, mas o problema ainda não foi resolvido. “Ninguém vem aqui e já me chamaram de mentirosa, falando que é impossível ter aparecido tantos filhotes”, dispara.

A dona de casa já pediu ajuda para associações, mas não obteve retorno | Foto Eduardo Montecino/OCP News

A situação está preocupando ainda mais a moradora devido a uma ninhada que apareceu aos fundos do terreno recentemente. Ela revela que gasta cerca de R$ 900 por mês com ração, além de ter um cuidado especial com os animais que aparecem doentes.

Programa de castração

O diretor de Vigilância em Saúde, Dalton Fischer, revelou que não estava ciente da situação enfrentada por Terezinha e Maria, mas garante que a castração gratuita se destina exclusivamente para as famílias de baixa renda, beneficiadas por programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família.

Segundo ele, as famílias que cumprirem os requisitos exigidos devem solicitar o serviço pelo telefone 0800-642-0136. No entanto, o controle é destinado somente para as fêmeas. Após a solicitação, o veterinário da saúde realiza uma visita e entrega um documento que autoriza a castração.

A família precisa levar o animal até a clínica indicada em um prazo de 30 dias. Segundo dados da vigilância de 2016, a prefeitura investe anualmente cerca de R$ 120 mil com os procedimentos.

Fischer esclarece que se comprovada a tutela dos animais por parte das duas mulheres e caso elas se encaixem nos requisitos da iniciativa, novas castrações podem ser realizadas. “Para isso, elas precisam comprovar que não possuem recursos para encaminhar o procedimento por conta própria”, explica.

 

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