De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos próximos dias, Rio Grande do Sul e Santa Catarina podem enfrentar a possibilidade de ocorrência de microexplosões atmosféricas. Esse fenômeno se manifesta quando uma corrente descendente de ventos intensos se desprende de uma nuvem de tempestade e avança com vigor em direção ao solo.
Na microexplosão, também conhecida como downburst em inglês, uma massa de ar frio e denso atinge o solo e se propaga, gerando ventos extremamente poderosos capazes de atingir velocidades muito elevadas.
Contrariamente aos tornados, nos quais os ventos convergem em direção ao solo formando um vórtice, a microexplosão exibe um padrão oposto. No entanto, seu potencial destrutivo é comparável. Recentemente, uma microexplosão foi registrada em Santa Cruz do Sul (RS). O estado do Rio Grande do Sul já está enfrentando os impactos de severas tempestades, que resultaram em pelo menos 29 mortes e 60 pessoas desaparecidas. A possibilidade de microexplosões pode coincidir com as intensas chuvas em outras regiões, que têm causado inundações e exigido operações de resgate.
Embora o fenômeno da microexplosão possa ocorrer durante todo o ano, é mais frequente no verão, quando as temperaturas são mais elevadas e a umidade é alta, condições que propiciam a formação de nuvens tempestuosas. Tais nuvens podem atingir alturas de até 20 quilômetros e são capazes de gerar ventos destrutivos, conforme observado pelo National Weather Service dos Estados Unidos.
“Um downburst é uma forte e relativamente pequena área de ar descendente, sob uma tempestade, que pode resultar em uma descarga de vento forte sobre o solo. Pode também surgir sob o efeito do resfriamento muito rápido do ar com a evaporação da chuva em uma atmosfera originalmente seca. O ar mais frio e denso desce rapidamente para o solo”, descreve o serviço americano.
Durante uma microexplosão atmosférica, a velocidade dos ventos pode ultrapassar os 200 quilômetros por hora, derrubando árvores e causando danos estruturais às edificações. Além disso, representa um grande risco para as operações de decolagem e aterrissagem de aeronaves. O fenômeno é acompanhado por estrondos altos, frequentemente comparados ao som de um trem de carga.
De acordo com a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, os ventos de uma microexplosão se estendem horizontalmente por uma área de até quatro quilômetros. Já as macroexplosões ocorrem quando os ventos se espalham por uma área com mais de quatro quilômetros.