Por que é tão difícil o governo acabar com os buracos do Eixo Industrial de Joinville?

Buracos e remendos no acesso ao Eixo Industrial de Joinville são tantos que a estrada mais parece uma colcha de retalhos | Foto Windson Prado/Arquivo/Rede OCP News

Por: Windson Prado

11/12/2018 - 12:12 - Atualizada em: 11/12/2018 - 12:27

Por que é tão difícil o governo do Estado tampar as crateras da rua Hans Dieter Schmidt e avenida Edgar Nelson Meiter? Vias conhecidas também como Eixo Industrial, que liga a BR-101 ao Distrito Industrial de Joinville. Esta é a pergunta que os motoristas que passam todos os dias por ali fazem e há anos não encontram respostas.

A rodovia de quase sete quilômetros é o principal corredor de escoamento da produção industrial de Joinville. Mas sofre com o descaso dos governos Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira que não conseguiram destinar recursos para a reestruturação da estrada.

Já virou rotina encontrar motoristas parados tendo que trocar pneus e rodas que são danificadas pelos buracos. Acidentes também são frequentes. Nesta terça-feira (11), a vítima foi uma mulher que seguia de carro em direção à BR-101 e teve o pneu rasgado ao desviar de um buraco e cair em outro. Tem empresário que já perdeu três pneus no Eixo Industrial neste ano.

Nesta terça-feira (11) uma motorista teve o pneu estourado por um dos buracos da rua Hans Dieter Schmidt | Foto Rede OCP News

A Rede OCP New já noticiou o problema pelo menos quatro vezes em 2018. O caso também é constantemente retratado pelas emissoras de televisão de Joinville e tem sido pauta frequente da Acij (Associação Empresarial de Joinville).

“Estamos costurando remendos em pano velho”, diz superintendente do Deinfra

O superintendente regional Norte do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura de Santa Catarina), Ademir Vicente Machado, reconhece que a situação do Eixo Industrial é caótica. Ou melhor, como ele mesmo afirmou, “a rua Hans Dieter Schmidt e a avenida Edgar Nelson Meiter estão num bagaço”. “Infelizmente estamos fazendo remendo em pano velho”, compara.

Machado entende que a rodovia precisa ser completamente refeita porque está com sua base deteriorada. Ele lembra que há cerca de três anos a Acij fez uma ampla campanha pedindo a duplicação da estrada.

“Foi feito um projeto junto ao governo Colombo para a duplicação que ficou orçado em cerca de R$ 50 milhões. Mas a dificuldade foi buscar recursos para a obra”, explica.

Na época, o Estado tentou fazer um acordo com os empresários de Joinville para que eles arcassem com os cursos da obra e que estes valores fossem deduzidos dos impostos. Entretanto, o Tribunal de Contas vetou a ideia, alegando que o dinheiro dos impostos pagos ao Estado não pode ser direcionado apenas para pavimentação, mas sim para todas as ações governamentais.

“Depois disso, uma outra tratativa de viabilizar a obra foi buscar recursos de um fundo do governo Federal de apoio aos municípios, mas com a troca de presidente o projeto não seguiu adiante. Agora é aguardar que o novo governador de Santa Catarina consiga viabilizar a reconstrução com a duplicação do Eixo Industrial, que é de extrema importância para o desenvolvimento da mais populosa cidade de catarinense”, comenta.

Paliativo tem sido feito, mas quase não aparece

O superintendente regional Norte do Deinfra, Ademir Vicente Machado, acrescenta que ações paliativas de tapa buracos são feitas todos os meses.

“Estamos fazendo remendo em cima de remendo. Como não há mais base para o asfalto, basta chover e os buracos reaparecem”, reconhece.

Ele informa que entre esta semana e semana e a próxima fará uma nova ação de tapa buraco no Eixo Industrial.

“Vamos fazer, de novo, mas sabemos que não vai durar muito tempo”, finaliza.

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