Para evitar ataques do borrachudo, Prefeitura de Jaraguá do Sul investe no controle biológico

Produtor rural aplica produto diretamente no rio

Por ser orgânico, o BTI não requer uso de equipamento de proteção para seu manuseio | Foto Patrick Titz/PMJS

Por: Elissandro Sutil

05/08/2019 - 15:08 - Atualizada em: 05/08/2019 - 15:35

A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) investiu R$ 39 mil na aquisição de 370 litros de BTI (Bacillus thuringiensis israelensis), um larvicida biológico utilizado para o controle do borrachudo.

Esta iniciativa tem como parceiros a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento, responsável pela distribuição do produto aos aplicadores e o controle da aplicação, e proprietários rurais, que aplicam o biolarvicida.

A remessa foi recebida em meados de julho e será utilizada até o fim desse ano.

Considerada um problema de saúde pública, a infestação do borrachudo tem sido combatida há décadas no município.

 

 

Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural, Daniel Peach, a iniciativa tem como objetivo minimizar o sofrimento dos agricultores jaraguaenses e também incentivar a atividade turística na área rural da cidade, reduzindo o “ataque” desses insetos aos turistas.

De acordo com o presidente da Fujama, Normando Zitta, esse biolarvicida é comprado com regularidade anualmente há dez anos, porém em pequenas quantidades.

Além disso, não havia controle da sua aplicação, nem aplicadores capacitados. Desde o ano passado, quando foram adquiridos 350 litros, Fujama e Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento passaram a atuar em conjunto nessa tarefa.

Capacitação

Produtor aplica larvicida biológico

Aplicação é feita a cada 14 dias em centenas de pontos do município, como rios, córregos e riachos | Foto Patrick Titz/PMJS

Em 2018, houve realização de curso para capacitar aplicadores do biolarviciada, lembra o secretário de Desenvolvimento Rural, Daniel Peach, acrescentando que atualmente 26 pessoas estão aptas a fazer essa tarefa.

Ele salienta que, por ser orgânico, o BTI não requer uso de equipamento de proteção para seu manuseio. Sua aplicação é feita a cada 14 dias em centenas de pontos – rios, córregos e riachos – do município e acontece principalmente no verão, quando há mais incidência do inseto.

O BTI é feito à base de grânulos de milho, sendo dispersível em água e o único apropriado para utilização em água potável. Já seu ingrediente ativo é composto de cristais proteicos e esporos que, aplicados na água, são filtrados e ingeridos pelas larvas.

Borrachudo na pele de uma pessoa

Infestação de borrachudo costuma afastar turistas da zona rural | Foto Reprodução/Médico Responde

Os cristais interagem com a parede intestinal das larvas, rompendo-as rapidamente, o que cessa a atividade das mesmas, levando-as à morte nas primeiras 24 hora após a aplicação do produto.

Parceria

Normando Zitta e Daniel Peach alertam, no entanto, que o problema com borrachudo não será resolvido se essa ação de controle for de apenas um ou dois municípios, pois os insetos se deslocam de uma cidade a outra.

Nesse sentido, eles informam que a proposta de Jaraguá do Sul é ampliar a área de abrangência do combate ao borrachudo, fazendo uma parceria com os demais municípios da região, nos moldes do que já existe para o controle do maruim.

A ideia é fazer essa parceria por meio do Cigamvali (Consórcio Integrado de Gestão da Amvali). Para isso, estuda-se a contratação de uma empresa, que já está mapeando – com o apoio de técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Rural – todos os pontos de aplicação para apresentar seu orçamento.

Com informações da PMJS

 

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