A Semana Mundial do Aleitamento Materno tem o objetivo de incentivar a amamentação e desmistificar a prática.
Para saber mais sobre o assunto e estimular essa conexão entre mãe e bebê, o OCP News ouviu a enfermeira Lilian Michele Tomelin Boff, supervisora do banco de leite humano do Hospital e Maternidade Jaraguá (HMJ), e o médico pediatra Rodrigo Ferreira de Souza.
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Confira, abaixo, os mitos e verdades sobre o aleitamento materno:
1. Existe leite fraco?
Lilian Boff explica que as primeiras gotinhas são mais transparentes, mas esse é o líquido que o bebê precisa. O leite materno é produzido em fases, dando à criança líquidos, nutrientes e gordura. Ou seja, serve para hidratar, nutrir e engordar.
2. Beber muito líquido ajuda a produzir leite?
A enfermeira diz que sim. Além disso, é importante manter uma alimentação equilibrada, com ferro, cálcio e outros nutrientes.
A mãe não deve exagerar na ingestão de gorduras, alimentos ácidos e temperos muito fortes. Evitar bebidas gaseificadas. Pode ingerir café, desde que com moderação.
3. Mãe de gêmeos precisa incrementar?
A profissional acredita que depende da estimulação que os bebês estão fazendo, se estão mamando corretamente. A produção vem da estimulação. Se eles mamam bem ela vai produzir bem.
4. Existe mãe que não consegue amamentar?
Pode haver dificuldade, segundo a enfermeira, mas não quer dizer que não vá poder amamentar. A não ser em casos específicos, da mama deformada. Mas, no caso do mamilo invertido ou mamilo plano, a mãe consegue amamentar, sim. Em alguns casos, é indicado o uso do bico intermediário, mas, o mínimo possível.
5. Existe melhor horário para amamentar?
O pediatra Rodrigo Ferreira de Souza diz que amamentação não é um protocolo rígido, o certo é amamentar em livre demanda, conforme a vontade do bebê. A mulher não deve se cobrar demais, ela precisa entender que esse é um processo natural e que demanda tempo, adaptação dela e do bebê.
6. Qualquer posição serve para amamentar?
A equipe do banco de leite do HMJ orienta que a amamentação correta leva em conta a posição da mãe e do bebê. O rosto da criança deve estar de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo e seu queixo deve tocar a mama.
As narinas do bebê devem estar livres e seu corpo próximo ao da mãe, barriga com barriga. O braço inferior da criança tem que estar voltado para trás da mãe. A cabeça e tronco do bebê precisam estar alinhados e as nádegas bem apoiadas.
7. Existe lugar errado para amamentar?
O médico diz que a orientação é um local tranquilo e adequado, embora qualquer lugar e qualquer momento seja adequado para amamentação, porque amamentar é saúde, e não precisa se ter preconceito ou vergonha.
8. É preciso acordar o bebê para mamar?
De acordo com Lilian, o ideal é que o bebê esteja acordado, pois senão ele poderá não abocanhar o seio da maneira correta.
9. A pega do bebê é o principal motivo da mama fissurar?
Sim. A pega correta não é do mamilo, e sim da auréola, acrescenta a supervisora do banco de leite. O bebê não pode pegar somente o mamilo, pois é da auréola que vêm os dutos, por onde sai o leite. O mamilo estimula o céu da boca para o bebê sugar.
A mama fissurada leva ao empedramento, pois a mãe não vai conseguir amamentar. O próprio leite materno ajuda a hidratar e cicatrizar o peito. Em caso de fissura profunda, deve buscar atendimento médico.
10. O bebê deve mamar um pouquinho em cada seio?
Segundo o pediatra, é recomendado que a mãe não fique trocando de seio durante a amamentação, mas que seque um e depois passe para o outro, respeitando, assim, as fases do leite (líquidos, nutrientes e gordura).
11. Até que idade a criança deve mamar?
Não há idade definida, ressalta o pediatra, mas geralmente vai até os dois anos, para não haver desconforto para mãe e criança.
12. Qualquer mãe pode doar leite para o banco do hospital?
Lilian afirma que as mães que amamentam seus filhos e seguem produzindo em excesso podem, sim. No período em que ela está produzindo mais do que o bebê mama é o momento dela doar.
13. Existem regras para retirar e armazenar o leite para doar?
Sim. A mãe receberá materiais, como recipiente, touca e máscara, além de orientações de higienização, retirada e armazenamento do leite. O processo é feito em casa e, às quartas-feiras, o hospital coleta o leite.
14. Mães e leite passam por exames?
Sim. O sangue da mãe é coletado para exames que detectam doenças que podem ser transmitidas pelo leite, como HIV, hepatite B e sífilis, além de hemograma ao longo da doação. O leite é examinado para ver a quantidade de gordura e calorias que apresenta e se está liberado para uso.
15. O estresse prejudica a produção do leite?
Sim. Por isso é importante que a mãe tenha tranquilidade para amamentar, esteja confortável, com as costas alinhadas, com as mamas expostas para facilitar o processo e roupas adequadas, tanto ela quanto o bebê.
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