Em fevereiro de 2025, o Brasil vem enfrentando uma série de ondas de calor que têm impactado diversas regiões do país, com temperaturas chegando a 44ºC e sensação térmica podendo atingir até 50ºC.
Essas condições extremas geram grande preocupação quanto à saúde da população. Durante ondas de calor, o organismo humano enfrenta desafios significativos devido ao aumento excessivo da temperatura e da umidade. O corpo busca manter sua temperatura interna entre 36°C e 37°C, mas, quando a temperatura ambiente ultrapassa esse limite, os mecanismos naturais de resfriamento – como a transpiração e a vasodilatação (a dilatação dos vasos sanguíneos) – podem se tornar ineficazes. Isso pode resultar em diversos problemas de saúde, como desidratação, exaustão, convulsões, perda de consciência, distúrbios do sono e até AVC.
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Pessoas com hipertensão devem redobrar os cuidados durante períodos de calor extremo, pois as altas temperaturas podem sobrecarregar o organismo, dificultando a regulação térmica e aumentando o risco de complicações, como desidratação e elevação da pressão arterial.
O calor intenso também pode fragilizar o coração e os vasos sanguíneos, agravando a condição de quem já sofre de hipertensão e elevando o risco de eventos graves, como infarto ou AVC.
“As consequências dessas mudanças envolvem o risco de oclusão de uma artéria coronária (que é o que leva ao infarto do miocárdio) ou cerebral (AVC). Além disso, perda súbita de consciência (caracterizado como sincope) é mais frequente nesses ambientes mais quentes, o que pode colocar pessoas propensas em risco”, explica Dr. Alexsandro Fagundes, cardiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).
A desidratação é uma das consequências mais comuns do calor excessivo. Nessas condições extremas, o corpo perde mais líquidos pelo suor, o que pode levar à desidratação caso não haja reposição adequada de água.
Isso compromete a regulação térmica e diversas funções vitais, resultando em sintomas como boca seca, sede intensa, fadiga e diminuição da produção de urina. Em casos graves, a desidratação pode causar complicações sérias, como insuficiência renal e desmaios.
Crianças e idosos também devem ter atenção redobrada nesse período de calor intenso.
As crianças possuem menor capacidade de autorregulação térmica, o que as torna mais vulneráveis à desidratação e ao golpe de calor – condição em que a temperatura corporal sobe rapidamente e o organismo não consegue dissipar o calor de forma eficiente, podendo resultar em confusão mental, batimentos cardíacos acelerados, convulsões e até perda de consciência.
Apesar disso, como possuem um metabolismo mais acelerado e passam mais tempo ao ar livre, estão mais expostas aos efeitos nocivos do calor. “A menor superfície corporal da criança torna a perda de líquido proporcionalmente mais importante do que no adulto, o que pode levar a alterações graves em um pequeno intervalo de tempo”, destaca Dr. Alexsandro.
Já os idosos enfrentam desafios semelhantes, pois, devido ao envelhecimento do sistema nervoso e circulatório, sua capacidade de regulação térmica é reduzida. Além disso, o uso de certos medicamentos pode aumentar a retenção de líquidos, enquanto outros podem aumentar a eliminação, como os diuréticos.