O calor intenso do verão pode aumentar o risco de desenvolver a síndrome do olho seco, problema que tem lotado consultórios de oftalmologistas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a incidência da condição sobe de 10% para 20% durante a estação, principalmente entre trabalhadores que passam longas horas em ambientes fechados e refrigerados.
Os sintomas incluem olhos vermelhos, ardência, coceira, sensação de corpo estranho e visão embaçada. Segundo os especialistas, muitos pacientes enfrentam esse problema devido ao uso excessivo de ar-condicionado, especialmente em locais sem ventilação adequada.
Além disso, quem usa lentes de contato pode ter ainda mais dificuldades, já que elas contribuem para a redução da lubrificação ocular. Em ambientes com ar muito seco, até quem tem produção normal de lágrima pode sentir desconforto.
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A situação é ainda mais crítica para aqueles que passam o dia inteiro em frente ao computador, já que, ao olhar para as telas, a frequência de piscadas diminui, facilitando a evaporação da lágrima.
A falta de umidade nos ambientes refrigerados está relacionada ao olho seco evaporativo, que ocorre quando a evaporação da lágrima aumenta. Em 70% dos casos, isso acontece devido a alterações nas glândulas de Meibômio, glândulas sebáceas localizadas nas bordas das pálpebras e responsáveis por secretar a camada gordurosa da lágrima, que impede a evaporação.
Fatores de risco
Embora qualquer pessoa possa desenvolver o olho seco, as mulheres têm duas vezes mais chance de sofrer com o problema, devido a alterações hormonais durante a fase reprodutiva e à falta de estrogênio na pós-menopausa.
Outros fatores de risco incluem o uso de certos medicamentos, como descongestionantes, antidepressivos e anticoncepcionais, doenças autoimunes como artrite e lúpus, além do uso de lentes de contato, especialmente as hidrofílicas, que se hidratam com a lágrima.
A idade também é um fator importante: após os 65 anos, a produção lacrimal diminui em até 60%.
Excesso de colírio pode irritar os olhos
Embora a lágrima artificial seja um tratamento comum para o olho seco, seu uso excessivo pode causar irritação. A indicação é usar, no máximo, quatro vezes ao dia, indicam os oftalmologistas.
O excesso de colírio pode resultar em irritações devido aos conservantes presentes nas fórmulas. O tratamento ideal depende da causa do problema, e em casos de blefarite, a aplicação de luz pulsada é recomendada para desobstruir as glândulas de Meibômio e melhorar a produção lacrimal.
Dicas de prevenção
Para prevenir o olho seco, a hidratação é fundamental. O recomendado é beber cerca de 35 ml de água por quilo de peso por dia, o que equivale a aproximadamente 2 litros diários para uma pessoa de 60 quilos.
Além disso, é importante incluir alimentos ricos em ácidos graxos, como sementes de linhaça, óleo de peixe e amêndoas, e vitaminas A e E, presentes em frutas, verduras e legumes.
Em atividades que exigem concentração visual, como o uso de computador, três dicas simples podem ajudar a reduzir o desconforto ocular: posicionar a tela 30 graus abaixo da linha dos olhos, fazer pausas de 5 minutos a cada hora de trabalho e piscar voluntariamente.
Com essas orientações, é possível melhorar o conforto visual e aumentar a produtividade no trabalho.