O estresse, presente na rotina de grande parte da população, não afeta apenas o bem-estar emocional — ele também pode causar sérios danos à saúde bucal. Condições como bruxismo, boca seca, aftas e inflamações gengivais estão entre as consequências mais frequentes do esgotamento físico e mental prolongado.
O bruxismo, caracterizado pelo ato de ranger ou apertar os dentes, muitas vezes durante o sono, é um dos principais reflexos do estresse. Ele pode levar a desgaste dentário, dores na face, cefaleias e disfunções na articulação temporomandibular (DTM), afetando diretamente a qualidade de vida.
Além disso, o estresse pode enfraquecer o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível ao surgimento de úlceras orais dolorosas e aftas. Há também comportamentos compulsivos, como morder a bochecha ou os lábios, que tendem a se intensificar em períodos de maior tensão.
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Outro sintoma comum é a xerostomia, ou boca seca, resultado da diminuição da produção de saliva. Esse quadro prejudica a proteção natural dos dentes contra cáries e infecções, favorecendo o mau hálito e doenças gengivais. A ansiedade crônica, por sua vez, pode agravar inflamações, aumentando o risco de gengivite e periodontite.
A adoção de hábitos saudáveis é uma das formas mais eficazes de minimizar os efeitos do estresse na saúde bucal. Práticas como meditação, atividade física regular e boas noites de sono ajudam no controle emocional. Já a higiene bucal adequada, com escovação frequente, uso do fio dental e visitas regulares ao dentista, é essencial para prevenir complicações.
Estudos recentes, como o publicado na Journal of Oral Rehabilitation em 2023, indicam uma relação direta entre altos níveis de estresse e o aumento de bruxismo e alterações na mucosa oral, reforçando a necessidade de um olhar integrado sobre saúde mental e bucal.