Uma nova leitura de dados astronômicos está dando fôlego a uma antiga teoria que conecta ciência e fé. Pesquisadores da Universidade de Oxford, Colin Humphreys e W. Graeme Waddington, com apoio de registros da Nasa, sugerem que os fenômenos descritos nos Evangelhos, como o escurecimento do sol e a lua avermelhada, podem estar relacionados a um eclipse lunar ocorrido na sexta-feira, 3 de abril de 33 d.C.
Segundo a Nasa, análises de modelos astronômicos indicam que um eclipse lunar, responsável por dar à lua uma coloração avermelhada, seria visível em Jerusalém logo após o pôr do sol. “Textos cristãos mencionam que a lua se transformou em sangue após a crucificação de Jesus, possivelmente se referindo a um eclipse lunar”, explicou a agência, que mapeou o evento nos anos 1990. A descoberta também está sendo discutida nas redes sociais, destacada em veículos como o New York Post.
Os pesquisadores defendem que a convergência entre os dados científicos e os relatos bíblicos reforça a possibilidade de uma explicação natural para os eventos descritos no Novo Testamento. Passagens de forte simbolismo profético são frequentemente mencionadas nesse contexto, como Atos 2:20, que afirma: “O sol se transformará em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor”.
Outros textos antigos, como o apócrifo Relatório de Pilatos, também relatam episódios similares: “Na sua crucificação, o sol escureceu; as estrelas apareceram, e em todo o mundo acenderam lâmpadas desde a sexta hora até a tarde; a lua parecia sangue”.
Para Humphreys e Waddington, a interpretação oferece mais do que apenas uma curiosidade histórica. “Essa pesquisa ajuda a juntar as peças”, argumentam os estudiosos, que veem nos registros do eclipse uma possível chave para compreender os relatos de Mateus 27:45, Marcos e Lucas, que citam um apagão súbito no momento da crucificação.
Embora ainda tratada como uma hipótese entre várias, a teoria continua a despertar interesse por aproximar ciência, história e espiritualidade em uma das narrativas mais conhecidas do mundo ocidental.