Pessoas ‘mornas’ apenas esperam passivamente resultados que quando ocorrem raramente têm sabor, pois estes são saboreados por aqueles que fizeram a escolha por elas
Em Apocalipse, Capítulo III, lê-se sobre uma verdade existencial: deve-se ser ‘quente’ ou ‘frio’, nunca ‘morno’. Ou seja, ser algo pelo amor de Deus! Afinal, por que fazer parte da multidão de pessoas que vivem “em cima do muro”, as quais estão mais preocupadas com salários e horários do que com resultados, em consequência não fazendo parte dos 5%?
Como assim 5%?
Diz a sabedoria popular, que apenas 5% das pessoas aprendem efetivamente esta verdade. Dando-se bem na vida ao observar seus objetivos serem alcançados, isto é, recompensados pelos seus esforços. Obviamente estes 5% são pessoas que aprenderam, cresceram e batalharam, diferentemente dos 95% restantes.
O fato de não ser ‘morno’ faz a diferença. Por exemplo, pessoas que preferem espalhar boatos nos corredores ao invés de ideias a seus superiores são ‘mornas’. Pessoas que preferem ir para casa às 18h00 em ponto, apesar de suas mesas estarem cheias de trabalho, são ‘mornas’. Pessoas que escolhem reclamar ao invés de batalhar pelo seu espaço, se fazendo de coitadas, são ‘mornas’. E pior: escolheram ser assim!
Preferiram a pseudo facilidade de não tomar decisões, de fugir de compromissos, de estar ausente em conexões com clientes, enfim, quiseram viver uma vida ‘mais ou menos’, mas reclamando como se tivessem sido exponencialmente ‘quentes’ ou ‘frios’.
Em suma, quem é ‘quente’ ou ‘frio’ define sua existência com clareza, ou seja, ajusta suas escolhas, gere eventuais consequências, mas igualmente desfruta sucessos. Enquanto isso, pessoas ‘mornas’ apenas esperam, passivamente, resultados que quando ocorrem, raramente têm desfrute, pois estes são saboreados por aqueles que fizeram a escolha por elas.
Ser ‘frio’ é ser insensível e indiferente frente a oportunidades. Contudo, é melhor ser ‘frio’ do que ‘morno’, pois o ‘frio’ ainda tem oportunidade de acordar frente a projetos de realização pessoal e profissional. O ‘quente’ sempre busca oportunidades que aqueçam a sua motivação, sua alegria é atingir objetivos cada vez mais ousados.
O ‘morno’ é resultado da mistura do ‘frio’ com o ‘quente’, numa mescla indefinida e inconstante: nem ‘quente’, nem ‘frio’. Hora está num projeto, hora perdido em bobagens nada produtivas. Hora está feliz, hora em depressão. Assim, vive quase sempre pulando de projeto em projeto, sem saber porque e para que. Tudo, também, por não querer ser apascentado.
Em outras palavras, enquanto a pessoa ‘fria’ é aquela que ainda não tem o devido conhecimento e o ‘quente’ tem e o aplica, a ‘morna’ também o tem, mas por desídia ou acomodação, não o aplica em sua vida pessoal ou laboral.
Normalmente, a pessoa ‘morna’ permite-se permanecer na mediocridade, não se esforçando para ir além da sua zona de conforto, escolhendo não acreditar, não arriscar, não tentar, não se enganar, não ver e não encontrar. Em sua essência, a mediocridade carrega a apatia, o desinteresse metastático e a não busca pelo reconhecimento. Nos estudos e no trabalho, a pessoa ‘morna’ não procura ser a melhor, vivendo, em suma, uma vida “empurrada com a barriga”.
Enfim, a ‘mormice’, designação bíblica para a mediocridade, é uma atitude e escolha de vida, apenas restando à pessoa ‘morna’ engolir a comida já digerida por outros ou, conforme chocante menção do Apocalipse, ‘encarar o seu vômito’.
Isto vale muito, por exemplo, neste ano eleitoral brasileiro de 2022, pois conforme Platão (428/348 a.C.), em seu alerta antropológico – estudo do homem como ser biológico, social e cultural – “quem não gosta de política, acaba sendo mandado por aqueles que gostam”.
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Emílio Da Silva Neto
PhD/Dr. Ing., Conselheiro de Administração Certificado pela PUC PR e CATÓLICA SC, Ex-Diretor Superintendente da WEG Acionamentos e Ex-Presidente da FECIAL Alimentos. Cofundador e Diretor Geral da ARCO-ÍRIS Alimentos, Membro do Conselho Deliberativo e do Programa ‘Mentoria Empreendedora’ da ACIJS, Membro e Docente da Escola Internacional de Sucessão Empresarial, Conselheiro Consultivo Voluntário da Fundação Empreender/Facisc, Ex-Professor no Curso de Engenharia Mecânica da UFSC. Assessor, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor, Colunista e Comentarista.
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