O novo ainda não surgiu no tabuleiro

Por: Elissandro Sutil

28/02/2018 - 18:02

Independente de julgamentos partidários e ideológicos, o fato é que até agora o tão pregado novo não apareceu no cenário político catarinense. Os nomes colocados como pré-candidatos ao governo são figuras conhecidas do eleitor como Esperidião Amin (PP), Mauro Mariani (PMDB), Eduardo Pinho Moreira (PMDB), Udo Döhler (PMDB), Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD) e Paulo Bauer (PSDB). Sem um concorrente, por enquanto, de fora da política, cada um deles a sua maneira tenta se carimbar com a aura do novo, falam em choque de gestão, em colocar a segurança em primeiro lugar, em transparência total, no fim do cabide de empregos e na diminuição da máquina pública.

Realmente há muitas dificuldades para quem está fora entrar na política eleitoral. São poucos os que se sujeitam ao jogo nem sempre limpo da disputa de votos e da exposição pessoal. Atualmente está ainda pior. Basta dar uma olhada nas redes sociais para comprovar. Nenhuma notícia que tenha o nome de um político no título passa pelas redes sociais sem uma enxurrada de críticas. “Está na moda berrar contra todos e vaiar políticos”; me disse um dia desses o responsável pelo marketing de um deles. E não há como negar. O eleitor cansou de tudo, perdeu a esperança com tantas manchetes de corrupção e vê como única arma ao seu alcance o dispositivo comentar. E até quem é de fora tem sofrido com esse fenômeno: é quase como um “não conheço e já não gosto”.

Quebrar as barreiras dentro dos próprios partidos também não é tarefa fácil. Os caciques se protegem, basta lembrar as tentativas de reforma política. É sempre a cúpula que decide, por exemplo, quem vai ter destaque nas inserções de TV, quem receberá o fundo eleitoral e essa cúpula não costuma dar espaço privilegiado como uma candidatura à majoritária para quem não concorda com o status quo, com raras exceções.

Ainda não dá para ter certeza de que a canção imortalizada na voz de Elis Regina falhará e que o novo não virá. Alguns nomes conhecidos como os Lucianos; Huck, no Brasil, e Hang, em Santa Catarina, ensaiaram e se recolheram. Mas o desejo do eleitor por mudança, expressado em todas as pesquisas, pode alterar a configuração do tabuleiro. O tempo é curto, restam pouco mais de quatro meses para as convenções e sete para a decisão na urna.

Pedro Garcia é o novo líder

A experiência falou mais alto e o vereador Pedro Garcia (PMDB) foi confirmado como líder do governo Antídio Lunelli (PMDB), na Câmara. Ele terá o desafio de substituir Marcelindo Gruner (PTB) que foi um fiel escudeiro do prefeito no primeiro ano de mandato. Não deixou sequer uma vez a oposição sem resposta e entregou o bastão com o índice de 100% dos projetos votados aprovados.

Ávila quer relatório de obras

Autor do projeto de lei que tem a intenção de obrigar a Secretaria de Obras a prestar relatório a cada 15 dias dos trabalhos executados pela pasta, o vereador Jackson Ávila (PMDB) solicitou à Mesa Diretora da Casa que o texto vá à votação na sessão de quinta-feira. O texto recebeu parecer contrário do jurídico, entretanto, Ávila disse que a medida visa cumprir com a função dos vereadores de fiscalizar o Executivo.

Pavanello deixa o PSD e vai apoiar Dieter

Responsável pela retomada do futsal em Jaraguá do Sul, Carione Pavanello deixou oficialmente o PSD. O motivo, segundo ele, foi a discordância com o comando da sigla. “Ter como presidente Jair Pedri, que não agrega, não unifica e não tem valor, não dá. O partido deixou nomes bons como Valdir Bordin, Leonel Floriani e os dois vereadores na reserva. Também temos que ajudar a eleger o Dieter deputado estadual pelo bem da política e da região; e eu trabalharei para isso”, disse.

Capital do tiro

A Câmara de Vereadores aprovou, na sessão de ontem, moção de apoio ao projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados, pelo deputado federal Rogério Peninha (PMDB), que concede a Jaraguá do Sul o título de Capital Nacional do Tiro. As tradições dos colonizadores e até hoje reverenciadas pela comunidade através das Sociedades de Tiro e Schützenfest são justificativas.

Em foco

  • “O novo não mata o velho. Na hora que chega a realidade da campanha, os partidos vão contar candidatos, minutos”. Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), no Fórum promovido pelo jornal Estadão ontem, sobre a dificuldade do ‘novo’ se lançar na disputa eleitoral sem dialogar com as forças constituídas.
  • Fato que deixa a pré-campanha desse ano ainda mais confusa: apesar da constatação que é difícil pedir voto sem estrutura, a vontade do eleitor de fugir dos partidos tradicionais está expressa em todas as pesquisas. O resultado disso só no dia 7 de outubro.
  • Prefeito de Guaramirim, Luís Antônio Chiodini (PP) comemora a obtenção da licença ambiental necessária para que o município possa extrair minério. “Isso é economia. Estaremos beneficiando quilômetros de estrada de chão, principalmente na área rural e agrícola”, publicou o pepista nas redes sociais.
  • Na audiência de prestação de contas da Saúde, ontem, a informação repassada pela diretora de atenção básica Niura Demarchi dos Santos é que os serviços da Estratégia de Saúde da Família, como o atendimento domiciliar, estão funcionando normalmente em Jaraguá do Sul.
  • O corte da gratificação a 107 servidores públicos do ESF, que envolve auxiliares de enfermagem, enfermeiros, dentistas e médicos, foi uma das medidas tomadas pelo governo no início de 2017. Na época, havia incerteza nos reflexos que isso poderia ter nos serviços. A economia projetada é de R$ 2,7 milhões ao ano. O fim da gratificação já havia sido recomendado pelo TCE.
  • Outro dado que chamou a atenção foi sobre a judicialização da saúde, que custa em média R$ 500 mil por ano ao município. É um problema que pode ser encarado de diferentes ângulos.