As doenças cardiovasculares são as que mais acometem o ser humano. Elas são a principal causa de mortalidade no mundo todo.
A idade constitui um dos principais fatores de risco para essas doenças, e com o envelhecimento da população brasileira, que se aproxima a “passos largos”, uma atenção especial deverá ser lançada sobre o tema.
Houve um grande avanço no conhecimento a respeito do tratamento e prevenção deste tipo de doença, sobretudo, com o surgimento de novos fármacos e técnicas para tratamento cirúrgico e endovascular (por cateterismo).
Porém, as medidas mais simples para a prevenção e tratamento ainda são as que impactam a população de uma forma mais ampla e massiva. A nova legislação sobre a rotulagem dos produtos industrializados, são um exemplo de como se pode auxiliar a população a identificar produtos com excesso de sódio, gorduras saturadas e açúcares e de uma forma simples e evitar o consumo de alimentos industrializados conhecidamente deletérios à saúde.
A adesão dos pacientes aos tratamentos com medicamentos na cardiologia pode ser outro desafio, pois muitos desses fármacos são utilizados de forma contínua, em grande quantidade, e muitas vezes não trazem nenhum alívio imediato.
Mais difícil ainda pode ser contribuir para que aconteçam melhorias no estilo de vida da população, como controle do tabagismo, manutenção de prática de atividades físicas e melhorias na qualidade do sono.
Frequentemente, até mesmo a reavaliação médica com a periodicidade necessária para acompanhar algumas doenças pode ser difícil em alguns cenários, por quem tem dificuldade de locomoção, por exemplo, ou aguarda uma consulta pelo sistema publico.
Outro aspecto que tem trazido preocupação é a quantidade de informação em saúde de baixa qualidade, veiculada de forma abundante nas redes sociais. Elas podem trazer confusão e prejudicar o entendimento sobre as terapias em uso, ou até mesmo, mostrar simplificações imprudentes a respeito dos conhecimentos da causa e também do tratamento de doenças complexas.
O tratamento e a prevenção da doença cardíaca é algo desafiador, em ambos, o bom senso e o diálogo entre equipe profissional de saúde e o paciente devem ser o eixo central na busca das melhores práticas para melhoria da saúde cardiovascular.
Dr. Ricardo Tonial
CRM/SC 1308- RQE 9781
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