“Prego na cadeira”

Por: Luiz Carlos Prates

14/11/2018 - 09:11 - Atualizada em: 14/11/2018 - 09:53

Você aguentaria ficar por cinco anos sentada numa cadeira com um prego de ponta? Só se fosse louca, louco. Pelo menos, imagino que sua resposta foi não, não ficaria um minuto sentada, sentado numa cadeira com um prego pontiagudo, mas… há quem faça isso de outros modos. E esses tipos me irritam.

Acabei de ler uma história que envolve uma jovem mulher, tida por bonita por alguns, discutível para outros. Atuante na televisão. Ela contou que por cinco anos participou de um programa humorístico na televisão e nesse tempo foi muito humilhada por uma diretora, chamada de gorda e de outros “adjetivos”. Ela contou que esse “gorda” era apenas por algumas gramas a mais… Aguentou o que deu, disse ela, cinco anos. Saiu do programa com depressão e síndrome do pânico. Precisou de tratamento.

– “Ah, pudera, Prates, cinco anos sendo humilhada”! Pois, leitora, esse tipo de situação não difere de sentar-se a pessoa sobre uma cadeira com um prego de ponta. Mesma coisa. São muitas as situações na vida que se nos desenham desse modo, e aguentar essas situações é de nossa responsabilidade. Muitas vezes, seguramos as “pontas” de uma situação desagradável na expectativa de um outro resultado, um sonho a ser realizado, mas pelo que li na referida história, não era isso. Nesse caso, a moça, você, eu, e a torcida do Flamengo somos os responsáveis por nossos sofrimentos.

Que conversa é essa de vítima? Vítima umas pitangas, frouxos de uma figa, isso sim. Vale para as “coitadas” das mulheres cujos maridos, amantes, vagabundos de todo tipo, as surram, ofendem, fazem de tudo e elas se dizendo vítimas… Vítimas da própria covardia, pois não? A mocinha sentou num “prego” por cinco anos e depois vai reclamar? É como essa multidão de falsas vítimas que ficam na moita por anos e anos numa empresa, não reclamam de nada, são uns calças-frouxas, mas depois da demissão vão correndo para a “justiça” do trabalho. Merecem uma sova. Ou então como aquelas safadas que vêm agora dizer que foram assediadas sexualmente por anos e anos por diretores enquanto faziam filmes em Hollywood. Não tenho pena dessa gente que não se respeitou, que vão sentar num prego…

Notícias

No livro “As 48 Leis do Poder”, lê-se que não se deve ser portador de más notícias. E o livro lembra que no passado os reis mandavam matar os mensageiros que lhes chegavam com más notícias. Coitados dos mensageiros, não tinham nenhuma culpa. Bom, não vamos longe, durante meus muitos e muitos anos de rádio jamais li um “convite para enterro”, deixava para outro locutor, eu não…

Esperança

Um cidadão puxou conversa comigo num shopping e estava um tanto abatido. Ele se queixava que o médico que acabara de consultar fora muito “objetivo”, lhe tirou muito das esperanças. Ele estava no chão. Disse ao cidadão que muito dessa assertividade médica vem da insegurança dos médicos, não querem garantir saúde, não se querem comprometer com promessas, mas… Eu disse ao cidadão que boa comida, bons remédios, exercícios físicos e, sobretudo, uma cabeça arejada são capazes de todos os milagres. Vá em frente! Ele foi, me “pagando” com um sorriso.

Falta dizer

Só para recordar. Repeti muitas vezes aos meus alunos de Oratória uma velha frase dos oradores gregos: – “Quem não tem paixão, não tem eloquência”. Bah, irretocável. A paixão não nos deixa vazios na memória, faz-nos evitar os brancos na fala, vivências típicas dos frouxos, dos sem paixão ao falar em público.