“Porões do inconsciente”

Por: Luiz Carlos Prates

29/08/2018 - 14:08 - Atualizada em: 29/08/2018 - 14:41

 

Por que há tantas doenças de difícil tratamento e cura? Ora, porque são de origem emocional (inconsciente) e são provocadas por vontade dos pacientes. Eles quiseram e querem a doença. Disso resulta que os tratamentos físicos, medicamentosos, dificilmente produzem alívio e cura, o paciente não se quer curar. Claro que os de cabeças estreitas, maioria, não querem admitir essa espinhosa verdade. Esse tipo de gente bate o pé e grita: Era só o que faltava alguém querer ficar doente, só o que faltava! Coitados, não entendem dos sagazes meandros da vida emocional humana.

Estou dizendo o que digo logo após reler, pela enésima vez, uma “bíblia” da medicina psicossomática, o livro “Quem ama não adoece”.

Esse livro foi escrito por um médico cardiologista, um sujeito com cabeça universal, Dr. Marco Aurélio Dias da Silva, pernambucano. Nesse livro, à página 22, lê-se: – “É muito difícil alguém portar simultaneamente duas doenças graves não-relacionadas entre si, como ter um câncer e sofrer um infarto de miocárdio, por exemplo.

E a explicação, para mim, é muito simples: quem já tem seu infarto não precisa de câncer, e vice-versa”. Dito de outro modo, uma dessas doenças, qualquer doença, é em si mesma uma busca da pessoa para aplacar suas angústias, culpas reais ou imaginadas, resgate, enfim, de dívidas existenciais. E nesses casos, uma doença só basta. Para que duas? Tudo inconsciente, é claro.

Mais adiante, o cardiologista diz que – “Tenho verificado com enorme frequência que os alcoólatras que desenvolvem doença grave do coração em decorrência do álcool conseguem parar de beber com grande facilidade. Tudo se passa como se trocassem o alcoolismo por uma doença grave e letal, como saída para o mesmo conflito interior que os levou ao álcool…”.

Tudo muito claro. Nossas doenças, especialmente as graves, são geradas por nossa vontade inconsciente, um tipo de punição ou de chamada de atenção para quem está por perto e que nos incomoda ou importa… O que o médico disse não é nenhuma novidade, o diacho é fazer as cabecinhas entender essa verdade. As doenças são uma espécie de trapaça que fazemos a nós mesmos, de modo inconsciente, e aos que nos são importantes e vivem por perto. O ser humano é, mais das vezes, se não um caso clínico, quase sempre um caso de polícia. Somos uns farsantes…

 

Sinais

Todos temos dentre de nós Eros e Tanatos, o deus do amor, da elação, das realizações, do bem; e o deus da destruição, dos fracassos, da morte. Eles brigam o tempo todo dentro de nós, quem preponderar nos vai fazer mais felizes ou infelizes. Vem daí que inconscientemente, muitas vezes, procuramos nos destruir, seja no casamento, no trabalho, na saúde, em tudo. É a vitória de Tanatos. Eros, o deus da elação e do amor, tem muito menos força. Somos casos perdidos. Somos.

 

Sentimentos

Há quem diga na Psicologia que nascemos regidos pelo princípio de prazer, queremos sempre o melhor… para nós, só para nós. Mas também trazemos um formidável sentimento de culpa, de raiva contra nós. Saber disso e “tentar” segurar as rédeas de Tanatos, o deus interno da nossa destruição, é o que nos pode amenizar a passagem por este “vale de lágrimas”, como diz a Salve Rainha…

Falta dizer

Levei a Gracinha, um dos meus pets à clínica, coisa pouca, mas ela precisou de uma injeção. Uma das mulheres veterinárias segurou a cachorrinha com tanto carinho, beijando tanto a cadelinha vira-lata que me derreteu. Foi ato espontâneo, bonito e creditício: ali está uma veterinária autêntica, muito rara… Raríssima.