“Me diga, é melhor ou pior crer em Deus?”

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

09/06/2018 - 07:06 - Atualizada em: 09/06/2018 - 07:21

Uma entrevista de rádio. O entrevistado era tido por intelectual, um “doutor”, e os intelectuais, você sabe, acham-se os pontos cardiais na busca da verdade, a verdade está com eles, coitados. Ouvi o sujeito e desliguei o rádio. Mas fiquei pensando, aliás, desde minha primeira mamadeira que penso nessa questão.

Nunca estudei fora dos muros maristas e terminei fazendo Psicologia na PUC/RS, garanto que não baixo a cabeça para discutir a Bíblia nem com o Papa… Arrogância? Não, curiosidade e busca da verdade, uma verdade que nunca, a nós humanos, será dada a conhecer. Mas o que disse mesmo o intelectual da entrevista? Resumiu tudo numa ideia…

Ele negou a existência de Deus, dizendo-se ateu. Nada contra. Ser ateu não significa por ponto final na busca ou na afirmação ou não da existência de Deus. Ora, se nada sabemos da origem do aparente universo, como poderemos chegar ao entendimento do que é Deus? Claro, o Deus que admitimos, tememos ou negamos, é o Deus antropomórfico, criado pelos humanos. Criado para nos assustar e disciplinar, sem a ideia desse Deus, de punições, castigos e prêmios, o mundo já teria acabado há milênios…

Mas me diga, é melhor ou pior crer em Deus? Melhor. Melhor é ter uma bússola, ainda que criada por nós, do que andar sem rumo pelos labirintos da vida e da eternidade universal. O ser humano é tão tosco que inventou o Big Bang como origem do universo, uma grande explosão em desordem gerou o universo em ordem.

Que “milagre” é esse? Ademais, sabe-se, por observação, que tudo o que existe vem ou veio de algo preexistente, logo, as energias que geraram o Big Bang já existiam… E de onde elas vieram, quem as criou…? A pergunta se estende ad infinitum…

Vamos adiante. Prove-me que existe Deus? Prove-me que não existe? Não o Deus feito ser humano, o chato que bisbilhota por buracos de fechadura para saber se estamos pecando ou não, mas me prove, pelo sim ou pelo não, que existe ou não existiu o “motor-primeiro”, a causa de tudo… Impossível chegar à essa verdade.

Mas olhando ao redor e pela nossa minguada capacidade de entender, vamos coçar o queixo e mudar de assunto: nunca chegaremos a Deus. Melhor então é crer, crer no que não vemos, no que não podemos provar: o motor-primeiro, a causa de tudo…  Fiquei com pena do intelectual ateu…

Ideia

A ideia que tenho de Deus? Imagino uma formidável energia, organizada, multiplicadora de fenômenos e eterna… Mas como nada se cria de si mesmo, que energia é essa, de onde veio, como terminará? Sem as respostas, e nunca as teremos, cremos “num” Deus, Deus seria isso tudo, uma magnífica energia… A Teologia, sem ter o que dizer, diz que “Deus é causa de si mesmo, antes dele nada, depois dele tudo”. Vou tomar um café… Do nada, veio o tudo? Bah!

Energia

A frequência de uma emissora de rádio é uma energia, quanto melhor entrarmos nessa frequência, mais apurado será o som a nos chegar. Essa é uma ideia que muitos têm de Deus, uma energia especial, quanto mais bem sintonizados com essa energia chegarmos, pelos caminhos do andar no escuro procurando pela luz, mais saudável e feliz será a nossa vida. É estar em sintonia com essa energia do bem. Mas qual é mesmo a frequência dela?

Falta dizer

Esta serviu para mim. Olhe bem a frase que acabei de ler: – “Entre numa dieta que corta todos os pensamentos negativos e seu peso cuidará de si mesmo”. Faz sentido. Os pensamentos negativos criam ansiedades e ansiedades compensamos comendo, hummm!