“Quebrei meu dente e agora?”

Foto Divulgação

Por: Luciano Drechsel

19/09/2019 - 15:09 - Atualizada em: 19/09/2019 - 16:43

Os dentes são estruturas muito fortes, mas podem se quebrar. Quebrar um dente é muito comum, sobretudo em crianças e adolescentes decorrentes de acidentes de pequena magnitude como quedas, ou até em adultos devido a esportes de contato, acidente automobilísticos, entre outros.

As fraturas dentais sempre assustam e quanto antes forem corrigidas, melhor. A gravidade e extensão determinam a urgência do atendimento, bem como o envolvimento estético da mesma.

Pequenas fraturas que comprometem esmalte e/ou dentina que é porção um pouco mais interna do dente geralmente são solucionadas de forma rápida e tranquila, usando restaurações em resina composta que normalmente apresentam ótima durabilidade e resultado estético.

Quando esta fratura é responsável por uma perda maior de estrutura, pode ser necessário confeccionar uma restauração indireta, ou seja, feita fora da boca em laboratório de prótese.

Estas restaurações podem ser desde pequenos fragmentos de porcelana, lentes ou até envolver todas as faces dos dentes, que é o caso das coroas totais.

As situações mais graves são quando as fraturas atingem a região pulpar que muitos conhecem como o nervo do dente ou quando partem a raiz inviabilizando sua permanência. No primeiro caso a endodontia (tratamento de canal) deve ser executada o mais rapidamente possível para evitar contaminação e desconforto.

Já nos casos que a raiz foi totalmente comprometida, e a extração é necessária, é onde devemos tomar os maiores cuidados.

Muitas destas fraturas de raiz vêm acompanhadas de infecção local e, consequente, perda óssea. A rapidez com que esta perda ocorre é assombrosa, por isso a intervenção ágil se faz necessária.

Tradicionalmente se faz a extração, aguarda-se de dois a três meses de cicatrização e depois reavalia, podendo ser necessários procedimentos de reconstrução como enxertos ósseos ou gengivais. O maior problema deste caminho é que estruturas são irremediavelmente perdidas e isto é ainda mais importante se o dente estiver em área estética.

Para estes casos, um cirurgião dentista brasileiro desenvolveu uma técnica revolucionária chamada RDI (Restauração Dentoalveolar Imediata), onde no mesmo momento da remoção do dente fraturado faz-se a instalação imediata do implante e a reconstrução do que for necessário, podendo ser osso ou gengiva. Após estes enxertos, o dente provisório é fixado ao implante, tudo na mesma sessão. Depois de aproximadamente três meses, o dente final de porcelana pode ser confeccionado.

A literatura, até então, já previa o implante imediato à extração, porém apenas em casos onde o osso estivesse intacto. A revolução de técnica RDI – que hoje já está difundida e reconhecida no mundo inteiro – é que o implante pode ser instalado inclusive em áreas onde houve destruição do osso na região, claro que necessita reunir condições apropriadas para executar a técnica.

O importante é que assim que ocorrer o acidente procure o profissional de sua confiança para estabelecer as melhores abordagens. Em trauma, tempo é crucial!

Dr. Luciano Dreschel – Mestre e especialista em Prótese Dentária, Especialista em Implantodontia e especializando em Odontologia Digital, Professor de Prótese Dentaria da FURB e coordenador do curso de especialização em Implantodontia e Prótese Dentária do Grupo Harmonique em Blumenau.