“DIU de cobre”

Foto Reprodução

Por: Juliana Bizatto

06/02/2020 - 16:02

O Dispositivo Intrauterino (DIU) de Cobre é considerado um método de barreira, pois através da liberação de cobre dentro do útero desencadeia uma reação de corpo estranho. Essa reação produz um efeito tóxico interferindo na capacidade dos espermatozoides chegarem até o óvulo e o fecundar.

Quando a paciente está usando o DIU de cobre ela continua ovulando normalmente, ou seja, sintomas pré-menstruais mantém-se igual nas usuárias. A eficácia é de 0,8% de gestações no primeiro ano. O motivo da falha ocorre pelo descolamento do DIU, e isso acontece mais frequentemente no primeiro ano.

Entretanto a taxa de descontinuação é alta: 78% das mulheres desistem desse método após um ano de uso, e isso se deve aos efeitos colaterais.

Não existe apenas um modelo de DIU de cobre e a sua variedade se deve à quantidade de cobre presente, além do formato do dispositivo.

O DIU Cobre TCu380A, por exemplo, pode ser utilizado por até 12 anos. As demais durações dependem de cada fabricante e da quantidade de cobre presente, podendo ter dispositivos de duração de três, cinco, sete, dez e até 12 anos.

Ainda que seja um método sem hormônio algum, ele possui contraindicações:

  • Gravidez;
  • Doença inflamatória Pélvica (infecção no útero, trompas ou próximo ao útero) ou doença sexualmente transmissível (DST) atual, recorrente ou recente (últimos 3 meses);Sepse puerperal (infecção grave no útero após o parto);
  • Imediatamente pós-aborto séptico (aborto com infecção no útero, nesse caso a paciente tem febre, secreção vaginal fétida, dor abdominal importante);
  • Cavidade uterina deformada (malformações uterinas ou miomas, por exemplo);
  • Hemorragia vaginal inexplicada;
  • Câncer de colo de útero ou no endométrio;
  • Mola maligna (câncer formado em algumas situações de aborto);
  • Alergia ao cobre.

Mitos acerca do dispositivo:

  1. O DIU de cobre não interfere na amamentação, nem no desenvolvimento do bebê;
  2. Pode funcionar como anticoncepção de emergência, se inserido até 5 dias após a relação sexual desprotegida;
  3. Não há necessidade de usar antibiótico durante a inserção, a não ser que haja suspeição de infecção vaginal;
  4. Não é abortivo. Ele interfere nas várias etapas até a inserção das células pré-embrionárias (antes de formar o embrião) na parede uterina;
  5. Não causa aumento de peso;
  6. Não diminui desejo sexual.

Como todo o procedimento pode haver complicações. A mais temida é a perfuração uterina, mas felizmente elas são raras: ocorrem 0,3 a 2,2 perfurações de útero a cada mil inserções.

Anormalidades menstruais são a queixa mais frequente com o DIU de cobre, o aumento do sangramento menstrual é observado nos primeiros seis meses. Sempre que ocorrer deve-se primeiro excluir outras causas, como infecções e mal posicionamento, e caso não existam essas situações, medicações podem diminuir o fluxo.

Após a inserção do DIU, após 3 a 6 semanas, deve ser feito acompanhamento e avaliação de correto posicionamento. É necessário acompanhamento anual e sempre que houver mudança do padrão de sangramento menstrual ou dor. Esse método está disponível pelo SUS.

Ficou com dúvida? Esclareça com seu médico, e se eu for sua médica converse comigo. Mais informações no nosso Instagram @DraJulianaBizatto.

Referências Bibliográficas: Métodos Anticoncepcionais Reversíveis de Longa duração. Febrasgo. 2018.

Dra. Juliana Bizatto

(CRM/SC 16684 | RQE 15232)

Endereço: Edificio Blue Chip: rua João Planincheck, 1990 – sala 501, bairro Jaraguá Esquerdo

Contato: (47) 3307 4853 | 9 9154 7387

Redes sociais: Facebook | Instagram