“Diversidade de gerações na sucessão das empresas familiares”

Foto MMD Advogados

Por: Informações jurídicas

14/06/2019 - 10:06 - Atualizada em: 14/06/2019 - 10:22

As empresas familiares representam cerca de 85% da economia brasileira. Na atualidade, muitas destas empresas encontram grande desafio em perpetuar o negócio quando se fala em sucessão empresarial envolvendo diferentes gerações, especialmente a geração Z – representada pelos nascidos em meados dos anos 1990 para cá – que é caracterizada pela inovação, tecnologia e criatividade.

Esta geração pode trazer novas perspectivas para o negócio e, inclusive, trazer excelentes melhorias para as áreas estagnadas da empresa, e que necessitam de revitalização. Por ser uma geração íntima da tecnologia, tem facilidade para buscar novas formas de produzir e comercializar.

A geração mais experiente, dos patriarcas, muitas vezes mostra-se mais conservadora, estável, e com diferentes características dos seus sucessores da geração Z.

Quando esta diferença não é respeitada e valorizada, é comum que os conflitos comecem a se instalar no ambiente familiar e empresarial, prejudicando diretamente a empresa com a falta de harmonia e consenso nas decisões.

Por isso, é importante que a empresa, seus familiares e gestores, desde cedo, estabeleçam estratégicas para lidar com o conflito de gerações, visando a prevenção da empresa e das relações familiares.

As estratégias para trabalhar com estes conflitos devem fazer parte da cultura da empresa, através do conhecimento e compreensão sobre as gerações que passaram e ainda estão à frente do negócio, visando, assim, obter uma postura de empatia e valorização das diferenças.

Importante saber que todos estão do mesmo lado e lutando para um objetivo comum: o crescimento e valorização do negócio.

O papel fundamental é tornar o sucessor um líder capaz para assumir o comando da empresa, mas para isso é importante que a sua confiança e credibilidade seja conquistada. O elo principal está em preservar as características do sucessor, somado à inovação e criatividade da nova geração.

A transição entre as gerações pode gerar diversos conflitos entre os envolvidos, entretanto, é possível enfrentá-los e preveni-los para possibilitar uma convivência colaborativa no mundo empresarial entre os gestores e líderes das organizações familiares.

Respeitar e aceitar que a nova geração tem o gosto pelo risco, pela inovação e possui valores diferentes é essencial, mas não substitui a importância de preservar as características fundamentais trazidas pelos patriarcas para a empresa.

Artigo elaborado pela Dra. Fernanda Fachini, advogada com especialização Master of Business Administration em Direito Tributário pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em Direito Previdenciário pelo Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa – INESP. Atua na área de Direito Tributário, Direito Societário, Direito Empresarial e Reorganização e Planejamento Societário, Sucessório e Proteção Patrimonial no escritório Mattos, Mayer, Dalcanale & Advogados Associados.