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Sete atores que foram duramente criticados ao serem nomeados e fizeram todo mundo calar a boca

É oficial: Pattisnon vai ser Bruce Wayne. Para a fúria de alguns

É oficial: Pattisnon vai ser Bruce Wayne. Para a fúria de alguns

Por: Pedro Leal

01/06/2019 - 18:06 - Atualizada em: 03/06/2019 - 09:18

Depois de muito vai e vem e muitos boatos, muitas confirmações e desconfirmações, Robert Pattinson foi oficialmente escalado como o Batman – para a raiva de muitos fãs, que parecem incapazes de separar o ator de seu papel como o vampiro purpurinado Edward Cullen na série Crepúsculo. Para variar, tem até petição para tirar o ator – que na minha opinião é perfeito para Bruce Wayne (e como todo ator a fazer o papel, foi criticado por isso). 

A situação dificilmente é novidade: há um longo histórico de atores sendo rejeitados ao serem escalados para personagens já estabelecidos – e um histórico igualmente longo de gente calando a boca depois que vê o resultado. Enquanto alguns criticam Pattinson antes de termos qualquer clipe dele no papel, que tal relembrarmos alguns casos hoje amados… que foram duramente criticados ao serem escalados?

E para quem diz que escalar Pattinson é “ridículo”: mais ridículo que Adam West e George Clooney não pode ser.

 

Hugh Jackman como Wolverine (1999)

Ao ser escalado, Jackman foi criticado por ser alto demais e bonito demais. Agora, substituí-lo parece impensável

Hugh Jackman hoje se vê inexoravelmente ligado a sua imagem como Wolverine, mas em 1999,quando foi anunciado para o papel, a reação não poderia ser mais diferente. Com 1,88m e ares de galã, o australiano Jackman era o oposto da imagem do anti-herói dos X-men, um tampinha canadense e carrancudo que bateria muito melhor com alguém como Bob Hoskins ou até mesmo Danny DeVito do que com o hoje adorado Jackman, que ficou dezessete anos no papel.

O tempo passou, e conforme os filmes dos X-Men foram virando mais e mais filmes do Wolverine, Hugh Jackman cresceu na mente dos fãs – tanto é que, embora todo o resto do elenco de X-Men já tenha sido trocado há tempo, ainda há quem rejeite a ideia de Jackman ser substituído. Atualmente o favorito para o papel é Daniel Radcliffe – que, ironicamente, é rejeitado por ser “muito baixo”, além de quem rejeite o ator como qualquer coisa além de Harry Potter.

A influencia de Jackman no personagem foi tão grande que vários artistas o “espicharam” nos quadrinhos, para deixá-lo mais parecido com o ator.

Robert Downey Jr como Tony Stark (2008)

Em 2008, Robert Downey Jr era uma aposta arriscada e controversa. Se tornou o carro chefe da Marvel

Robert Downey Jr é outro que hoje é praticamente sinônimo de seu personagem, mas quando a Marvel decidiu fazer seus próprios filmes e começou a produção do primeiro filme do Homem de Ferro em 2005, a escalação de Downey Jr – e do personagem em si – não poderia ter sido mais controversa.

O Homem de Ferro era sinônimo de um título fracassado que a editora tentava desesperadamente promover, enquanto Downey era um ator cuja carreira havia se arruinado em drogas e que tinha queimado pontes com grande parte da “grande” Hollywood, atuando primariamente em filmes independentes graças ao envolvimento dos amigos que ainda mantinha, como George Clooney e Mel Gibson. Para muitos dentro e fora da produção, Downey era a certeza de que o filme seria um fracasso – tanto que seu cachê pelo papel foram míseros US$ 500 mil.

E pensar que hoje Downey Jr é um dos atores mais bem pagos e requisitados de Hollywood (embora suas tentativas de emplacar outros filmes fora da Marvel tenham fracassado), além de ter se tornado a cara do personagem e do universo Marvel. A situação de Downey não é diferente do restante da formação “original” dos Vingadores: Mark Ruffalo era um ator coadjuvante, Chris Evans era conhecido por comédias românticas e os mediocres filmes do Quarteto Fantástico. Chris Hemsworth cogitava desistir da atuação antes de Thor, e Scarlet Johansson passou de romances e filmes independentes para heroína de ação – e salvo por Johansson, todos foram atacados ao serem escalados. 

 

Heath Ledger como o Coringa (2008)

Quando foi escalado, Ledger foi criticado tanto pela carreira prévia quanto pelo figurino. Hoje é idolatrado

Quando foi escalado, Ledger foi criticado tanto pela carreira prévia quanto pelo figurino. Hoje é idolatrado

Hoje Ledger é tido como uma das melhores versões do príncipe-palhaço do crime, mas quando ele foi escalado para o papel em 2006, as coisas foram muito diferentes. Ledger então tinha destaque por duas coisas: uma carreira de comédias românticas, e sua premiada atuação como um cowboy gay em O Segredo de Brokeback Mountain – duas coisas que não inspiravam muita fé nos fãs do vilão, que ainda favoreciam o Coringa de Jack Nicholson. Seu figurino também foi criticado, com fãs reclamando que o palhaço do crime parecia mais “um mendigo” do que um vilão ameaçador. 

A anárquica e niilista interpretação de Ledger, pintando o palhaço do crime como um completo psicopata com empatia zero, fez com que as críticas se calassem – a ponto de até hoje especularem se a morte de Ledger, em uma overdose acidental pouco após o fim das gravações, não teria sido resultado de ser ‘absorvido’ pelo papel. De ator criticado por ser escalado para o papel, Ledger ascendia ao hall da fama do personagem, roubando completamente o filme de seu protagonista, Christian Bale.

Tanto que é difícil lembrar de alguma fala do Batman de Bale, mas não faltam cenas e falas memoráveis do Coringa de Ledger e suas múltiplas histórias de vida. “Why so serious”, de fato.

Matt Smith como o Doutor (2009)

Matt Smith (esquerda) foi odiado ao substituir David Tennant (Direita)… e seu sucessor passou pelo mesmo.

Seria de se imaginar que uma série que estava então no 10º interprete de seu protagonista teria fãs mais receptivos, mas quando Matt Smith foi anunciado como o 11º interprete do viajante no tempo alienígena de Doctor Who, substituindo o adorado David Tennant no papel, a reação não poderia ter sido mais desmedida. Tennant havia se destacado como o primeiro Doutor a superar o lendário Tom Baker em popularidade – e Smith encarou a fúria dessa popularidade. 

Para muitos fãs – alguns dos quais passaram os quatro anos de Smith no papel cobrando o retorno de Tennant – Smith era estranho demais para o papel. Outros questionavam um ator “tão jovem” para o personagem – aos 25 anos, Smith era o mais jovem intérprete do Doutor. Não ajudando na questão, havia a Fox, distribuidora da série nos EUA, tentando vender Smith como um “galã a lá Edward da Saga Crepúsculo”.

Treze Doutores… e doze casos de “Não é o meu doutor”

Smith surpreendeu a todos com seu excêntrico doutor, que combinava a energia interminável de uma criança com a sabedoria de um ancião e a raiva de um adolescente. Em suma, seu doutor era uma criança dentro de um velho dentro de um adolescente dentro de um cara estranho. Quando ele saiu do papel em 2013, a raiva se direcionou ao seu substituto, Peter Capaldi… que era velho demais para o papel. Seria de se esperar que depois de mais de cinquenta anos, a série se acostumasse com isso – mas a sucessora de Capaldi, Jodie Whittaker, também entrou pro samba do “não é O MEU DOUTOR”.

 

Daniel Craig como James Bond (2006)

Daniel Craig: ao ser escalado, foi atacado por tudo, da altura a cor do cabelo e a falta de pelo no peito.

Daniel Craig: ao ser escalado, foi atacado por tudo, da altura a cor do cabelo e a falta de pelo no peito.

Outro papel que tem um longo histórico de atores criticados – o único a não ser atacado por assumir o papel foi Sean Connery, que serve até hoje de padrão-ouro para Bonds – é o do espião britânico James Bond.  Quando Pierce Brosnan saiu do papel e Daniel Craig foi escolhido para sucedê-lo em um reboot da franquia em 2005, o sexto ator a encarnar Bond se viu sujeito a todo tipo de crítica.

Craig era “baixo demais” pro papel. Loiro demais. Bronco demais. Feio demais. Machão demais – e simultaneamente, “metrosexual demais”. Não tinha classe o bastante. Os motivos para criticar “James Blond” chegaram ao ponto de pessoas o criticarem por “não ter o peito cabeludo o bastante para Bond”. Houve quem o chamasse de “James Barbie” também. 

Seus até agora quatro filmes como o agente secreto foram recebidos de forma ambivalente, elogiados por seu tom duro e “sóbrio” em comparação com os mais fantasiosos filmes de Brosnan, ao mesmo tempo em que foram criticados por serem muito parecidos com a série Bourne. Ironicamente, enquanto Craig se via criticado por parecer “duro demais” em comparação com o charmoso Brosnan, agora se cobra por um ator “durão” para sucedê-lo.

Tom Holland como Peter Parker (2016)

Tom Holland: “Baby Parker”, logo vão querer uma criança pro papel e outros ataques foram comuns,

Mais uma para o Universo Cinematográfico da Marvel: Tom Holland, o atual Homem-Aranha, que hoje goza de uma boa reputação por seu Peter Parker ansioso e carente mentorado por Tony Stark – e por sua incapacidade de segurar spoilers – quando o ator foi anunciado como o cabeça de teia em 2015, as coisas foram bem menos positivas.

Holland foi rejeitado por fãs do aranha de Tobey Maguire – que ainda se recusavam a aceitar que o ator não voltaria ao papel – e pelos fãs do aranha de Andrew Garfield, incorfomados com mais um reboot. Era criticado por ser “jovem demais” para o papel, por não parecer nerd o bastante, por ser muito baixo e por não ser conhecido o bastante.

Em suma, Holland foi atacado por todos os lados antes de conquistar parte do público em Guerra Civil – e outra parte em De Volta ao Lar. Ainda há quem queira Maguire de volta, mas se tem algo que se recusa a morrer é saudosismo barato – assim como esquecem que Maguire também foi atacado ao ser escalado para o papel.

 

Ryan Reynolds como Detetive Pikachu (2019)

Detetive Pikachu. tudo para dar errado – e não deu. E agora não consigo separar Reynolds do Pokémon

Preciso falar mais? Ryan Reynolds é um ator que passou por uma série de escalações altamente fracassadas, como sua primeira escalação como Deadpool, no malfadado X-Men Origens: Wolverine e seu desastroso Lanterna Verde – papéis para os quais o ator havia sido alvo de ataques. Antes destes papéis, Reynolds era conhecido como ator de comédias românticas…

Ele se encontrou em Deadpool nos dois filmes solo do anti-herói, recebendo elogios por sua atuação desbocada que abraçava o quão insuportável e demente é o personagem. O que levou a choque quando Reynolds foi escalado para o papel título de Detetive Pikachu. Nada menos esperado que Deadpool como o ratinho elétrico adorável – levando a piadas sobre um pikachu obsceno e cheio de palavrões. Mas Reynolds fez dar certo, com um neurótico, cafeínado e autodepreciativo Pikachu… e sem ser “cheio de palavrões”.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).