Em junho de 2022, a Prefeitura de Jaraguá do Sul, por meio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, afirmou que seria aberta uma nova licitação para construção de uma ponte estaiada no Centro da cidade. O projeto foi paralisado em novembro de 2021, devido ao rompimento do contrato entre o Município e a empresa Ecopontes, de Presidente Prudente (SP), vencedora da primeira licitação, realizada em setembro de 2021. No entanto, nesta quarta-feira (22), o secretário da pasta, Otoniel da Silva, informou que, por enquanto, não há previsão para lançamento de um novo edital.
Ele explica que com a atualização do orçamento para lançar outro edital foi constatado um aumento grande no preço dos materiais necessários à obra. “Especialmente do aço, que é a principal matéria-prima para a construção dessa ponte. Então, isso acabou meio que inviabilizando financeiramente o projeto. Por causa desse valor alto, a prefeitura resolveu esperar para ver se o mercado dá uma estabilizada e volta à realidade anterior. Com os valores novos ficou inviável para a prefeitura executar essa obra”, informa, sem especificar qual seria o custo atual dos insumos.
O projeto da ponte em estrutura metálica estaiada (tipo de construção onde os cabos são fixados aos pilares) determina que a estrutura terá 4 metros de largura e 70 metros de comprimento. Exclusiva para uso de pedestres e ciclistas, o objetivo será fazer a ligação da Rua Hugo Braun, no Centro, com a Rua Max Wilhelm, no Baependi, utilizando o pilar que sustentava a antiga Ponte Abdon Batista, no Centro de Jaraguá do Sul. O pilar, que tem 111 anos de existência, foi tombado pelo patrimônio histórico municipal.
Quando o projeto foi licitado, em 2021, a empresa vencedora apresentou a menor proposta, no valor de R$ 9.090.570,30, o que representou R$ 1.664.546,33 a menos que o valor de referência do Edital, que era de R$ 10.755116,63.
Rompimento de contrato
Em entrevista ao OCP em junho do ano passado, o secretário Otoniel da Silva explicou que durante a execução do projeto, o setor de engenharia da prefeitura concluiu que seriam necessárias alterações na parte estrutural da ponte. “Problemas normais que ocorrem neste tipo de obra e de projeto”, observou. Ainda segundo ele, a empresa, então, teria levantado uma série de dificuldades para execução da obra, culminando no rompimento do contrato, fato este que não ficou devidamente esclarecido, já que Silva afirmou não saber exatamente a razão pela qual a empresa abandonou o projeto.
Na tarde desta quarta-feira (22), a reportagem do OCP tentou contato com a Ecopontes, mas não obteve retorno. Caso a empresa se pronuncie, a matéria será atualizada.
Homenagem ao industrial Eggon João da Silva
Existe, inclusive, um projeto de lei na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul sugerido pelo ex-prefeito Antídio Lunelli (MDB) – hoje deputado estadual – ao vereador Onésimo Sell, para que a ponte seja batizada com o nome do empresário Eggon João da Silva, um dos fundadores da WEG.
Em 2021, quando foi definida a empresa que executaria a obra, Lunelli declarou que o local onde a ponte seria construída é “um dos trechos mais bonitos do Rio Itapocu, na região central, e ainda tem o visual de frente para o Boa Vista.”
“Além disso, estamos preservando uma importante estrutura histórica do nosso município, que é o pilar da antiga Ponte Abdon Batista, um marco no desenvolvimento de Jaraguá do Sul”, afirmou à época, destacando que, além de uma ótima alternativa de ligação entre os dois bairros para os pedestres e ciclistas, a ponte também serviria para as pessoas contemplarem a beleza natural da região.