Inspeção na SC-108 confirma que risco de deslizamento ainda é muito alto em Guaramirim

Um engenheiro civil da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (16), uma vistoria técnica no trecho interditado da SC-108.

O técnico fez uma avaliação na cratera formada às margens da rodovia acima da Vila Freitas e no Morro do Schmidt. Foi confirmado que há um movimento de deslocamento de terra em curso e risco muito alto de deslizamento.

A visita ocorreu após a Secretaria Estadual de Defesa Civil elaborar um plano de trabalho para recuperação da rodovia para estabilizar e recuperar a parte inferior, a superior e a pista. As obras foram orçadas em R$ 3,3 milhões e o projeto remetido a Brasília.

 

 

De acordo com o diretor de Gestão de Risco da Secretaria Estadual de Defesa Civil, Aldrin de Souza, a verba para a realização das obras de construção de um crib wall de 75 metros deve ser disponibilizada pelo governo federal.

O engenheiro civil veio para o local do desastre ocorrido no fim de janeiro para verificar in loco a situação.

“Ele veio verificar o ambiente e tirar dúvidas com os nossos técnicos. Agora, o engenheiro está verificando tudo o que foi descrito no nosso plano de trabalho para fazer uma análise e fazer um parecer sobre o caso”, destaca Aldrin.

O diretor de Gestão de Risco ressalta que a Defesa Civil do Estado está prestando todo o apoio para que a vistoria seja realizada e os recursos, liberados o mais rápido possível.

Para Aldrin, a liberação da rodovia, uma importante ligação entre o Vale do Itapocu e o Vale do Itajaí, com um fluxo diário de 15 mil veículos, só poderá ser feita após a obra.

Deslocamento do morro

A nova vistoria feita na cratera formada à beira da SC-108 confirma nova evolução na queda da barreira e novas trincas formadas após a primeira análise da área.

Foram identificadas a inclinação de árvores e uma parte da fiação que está inflexionada, o que demonstra que o morro está agindo sobre a rodovia.

Humberto (D) afirma que movimentação do morro continua após desabamento | Foto: Eduardo Montecino/OCP News

“Isso está evidenciando um risco de deslizamento muito alto. Como o nosso propósito é prevenir acidentes, estamos buscando a reestruturação do talude superior da rodovia”, comenta o geólogo da Defesa Civil do Estado, Humberto Alves da Silva.

O geólogo reitera que houve uma análise global do desastre ocorrido em fevereiro deste ano. Nos relatórios produzidos pela Defesa Civil de Santa Catarina, foi relatada a necessidade de recuperação da área que está acima da rodovia, além da afetada pelo deslizamento de terra e da capa asfáltica.

Desvio de veículos

Ainda não há uma previsão para a liberação dos recursos e, enquanto isso não ocorre, o trânsito é desviado pela avenida Izídio Carlos Peixer, no bairro Ilha da Figueira.

Depois, os motoristas têm que acessar novamente a SC-108 através da rua Carlos Oechsler. Como as vias servem de acesso à Jaraguá do Sul, o trânsito na área ficou complicado.

Além das filas, o grande fluxo de veículos acaba causando transtornos para a infraestrutura da via.

Segundo o prefeito de Guaramirim, Luís Antônio Chiodini, os planos de revitalização da avenida, com a construção de calçadas e de uma ciclovia foi paralisado após o desastre e devem ter andamento com a liberação da rodovia.

“A nossa preocupação é fazer a manutenção básica e de forma paliativa na avenida Izídio Carlos Peixer, pois qualquer investimento vai ser jogado fora. O projeto de revitalização está pronto e, se não houvesse o deslizamento, a via estaria recebendo a recuperação”, comenta o prefeito.

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