O suor é fundamental para baixar a temperatura do corpo quando existe uma elevação perigosa para as células. Ele é coordenado pelo hipotálamo cerebral e o sistema nervoso simpático, e este controle é perfeito!
Será criado um ponto de suor para baixar um ponto de temperatura, e quando ocorre uma desproporção e o suor é maior que a necessidade, acontece um erro chamado hiperidrose, que segundo o cirurgião torácico, Dr. Giovani Mezzalira, é dividida em primária e secundária.
Ele explica que na hiperidrose primária o indivíduo nasce com essa alteração, portanto, é a genética do sistema de controle do calor.
Já a hiperidrose secundária é uma condição adquirida por uma alteração endócrina, infecciosa e outras, porém, a mais comum são as relacionadas ao Índice de Massa Corpórea (IMC). “Como o tratamento é diferente para cada uma, o detalhe está em diferenciá-las e definir qual linha será usada primeiro”, ressalta.
Sintomas e tratamento
A alteração primária apresenta um suor localizado (axilas, mãos, pés e crânio facial), é incontrolável e pode piorar com ansiedade. Nesse tipo o tratamento vídeo cirúrgico é amplamente indicado.
A secundária apresenta um suor difuso, mais no verão ou com atividades, ela pode ser pura ou associada à hiperidrose primária e o tratamento geralmente será clínico.
“Atento aos refinamentos em cima desse diagnóstico e do tratamento, a vídeo cirurgia sobre o nervo simpático ainda é a que apresenta menores riscos e as mais altas taxas de sucesso”, destaca.
O especialista ressalta que, entre meados de 1990 até 2007 ocorreu a evolução técnica da cirurgia, nestes últimos anos até os dias atuais, “a mudança concentrou-se na busca da melhor qualidade de vida pós cirúrgica”.
Mas essa qualidade de vida dependerá do balaço entre os resultados do suor em excesso que trouxe o paciente ao consultório e a mínima taxa de complicação. Segundo ele, analisando as taxas de sucesso, os pontos de suor axilar e palmar ficam acima de 95%, o odor axilar gera uma melhora acima de 80%, o rubor e suor crânio facial obtém taxas acima de 70% de melhora.
Dentro das complicações a hiperidrose compensatória, que é um suor localizado geralmente no abdome e costas, podendo ser leve, moderado ou intenso, deve ser colocada no topo como a principal culpada dos casos de insatisfação no pós-operatório.
Uma escolha para melhor qualidade de vida
A busca pela melhora da qualidade de vida se fundamenta em uma consulta e exames em que o diagnóstico pode ser definido entre os tipos de suor em excesso. Nos casos em que a indicação de vídeo cirúrgica é o tratamento, é fundamental a observação de critérios que selecionarão os pacientes aptos ou não.
A contraindicação mais comum do procedimento se deve a hiperidrose compensatória intensa. Por este motivo, o especialista afirma que é importante tratar previamente qualquer causa de hiperidrose secundária, dentro delas as alterações do IMC ou popularmente falando, a obesidade.
A cirurgia pode ser apresentada como o tratamento adequado. Em 98% dos casos a cirugia dura 45 minutos e o paciente pode ter alta no mesmo dia. Os resultados obtidos por um acompanhamento em sete dias, 30 dias, seis meses e um ano, mostram uma melhora da qualidade de vida de forma definitiva.
“Estes resultados são consagrados por trabalhos espalhados em todos os cantos do mundo, a experiência é a pedra fundamental”, salienta.
Após quase 20 anos em Jaraguá do Sul, com mais de duas mil cirurgias para o tratamento do suor, Dr. Giovani afirma que o mais importante não é a cirurgia, mas, sim, o entendimento sobre todos os temas que permeiam o suor excessivo, só após uma consulta esclarecedora, com os dois pés no chão é que se pode optar pela forma de tratar essa patologia, seja clínica ou cirúrgica.
“O suor excessivo gera problemas tão íntimos e atormenta o dia a dia de muitas pessoas. Essa fobia social que muitas vezes surge, ora mais intensa ora menos só é realmente sentida pelos portadores de hiperidrose”, finaliza.