O cirurgião torácico, Dr. Giovani Mezzalira, que atende em Jaraguá do Sul, destaca que a prevenção de doenças relacionadas ao pulmão fazem toda a diferença. Os leitores do OCP News enviaram perguntas sobre doenças, tratamentos e dicas relacionadas a especialidade, as quais foram respondidas pelo Dr. Giovani.
- OCP: Quando procurar um cirurgião torácico?
“O primeiro ponto é se você é um tabagista. Todo tabagista deve raciocinar com o rastreamento do câncer de pulmão e prevenção de outras doenças, como a doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema. Quando conseguimos encontrar esse nicho de pessoas que tem um risco maior, a gente rastreia a doença e não espera acontecer.
O ideal seria a partir dos 40 anos aos 75 anos, e consumo de mais de 20 maços de cigarro por ano. Além disso, se o paciente tiver de 5 a 10 anos de consumo de cigarro efetivo, vale a pena criar uma base nesse caminho de prevenção.
Outro sinal são as dores torácicas. É importante procurar um cirurgião torácico pois pequenas lesões podem nascer em contato com o nervo e gerar essa dor. Dessa forma, é salutar fazer uma avaliação para saber o motivo.
Tosse que não melhora e que tem ocorrido de forma contínua, também precisa ser averiguada.
Deformidades torácicas como peitos para dentro ou para fora podem interferir no bom funcionamento do organismo, a consulta com um cirurgião torácico é ideal nesses casos.
O suor em excesso, seja nas mãos, axilas, pés e outras regiões do corpo pode ocorrer e gerar incômodo em qualquer idade, e o momento ideal de procurar um cirurgião é quando o paciente se sente incomodado.”
- OCP: Quais são os casos de urgência mais comuns da especialidade?
“No trauma o cirurgião sempre vai ser acionado, principalmente em casos de acidente. Outra urgência é a ruptura de um segmento do pulmão que ocorre em pessoas com pulmões com bolhas e gera um fechamento do órgão. Inicia com uma dor, sendo importante fazer análise nesses casos; ressaltando que essa patologia pode acometer pessoas em qualquer faixa etária. E o mais comum, o câncer de pulmão.”

Foto: Piero Ragazzi
- OCP: Câncer de pulmão, o que é importante saber?
“Rastreamento é a melhor resposta. O nicho de pessoas com mais de 40 anos e que consomem mais de 20 maços de cigarro por ano deve se consultar e entrar no programa de rastreamento. Isso é 20% a mais de resultado de cura em detecção de nódulos com um centímetro, enquanto esses que não fazem o rastreamento chegam com tumores de cinco centímetros, e isso faz toda a diferença no que diz respeito ao tratamento da doença.
Deve-se ficar atento a alguns sinais, mesmo se você não for tabagista. Tosse com sangramento e dor torácica que não melhora merecem atenção. Não normalize uma dor torácica, é importante averiguar!
Atualmente as mulheres se aproximaram muito no percentual de câncer de pulmão, diferente de dados anteriores que indicavam maior porcentagem de casos em homens. Tendo essa pré-disposição de idade, fator genético ou hereditário e o consumo de cigarro, só agrega mais risco, é importante prevenir.”
- OCP: Pessoas que tiveram coronavírus devem se consultar?
“O cirurgião vai atuar mais na solicitação de uma investigação maior. Uma formação de área duvidosa na região do pulmão ou uma tosse que não tem melhora. A cirurgia torácica vai trabalhar mais nos desfechos de coleta de material de recuperação de pulmão com lesão ou de um espaço pleural que ficou mais crônico.
É importante que o paciente faça a consulta com o clínico pneumologista e se necessário um encaminhamento ao cirurgião torácico pode ser solicitado, já que a doença gera algumas alterações que podem ter uma melhora, mas que também podem progredir para uma fibrose pulmonar, por exemplo”.
DICA DO DR. GIOVANI MEZZALIRA
“O princípio é muito válido quando precisamos ter um corpo e uma mente bem organizada para sobreviver e ter uma qualidade de vida maravilhosa. Porém, é muito difícil seguir com um corpo muito eficiente se estamos o utilizando mal, por exemplo consumindo o tabaco como uma forma diária de intoxicação. É muito complexo chegar num estágio da vida em que queremos aproveitar o tempo e nesse momento ter um desfecho inverso por consequência de uma doença pulmonar. É uma dica comum mas que faz diferença: autocuidado e prevenção!”