Saiba o que é e quando é necessário implantar um marcapasso cardíaco

Por: Elissandro Sutil

24/06/2020 - 06:06

O marcapasso cardíaco é um dispositivo composto de um gerador de pulso e eletrodos. O gerador é implantado no paciente geralmente abaixo da clavícula. Os eletrodos normalmente são colocados por dentro das veias até chegarem ao interior do coração e são como que “parafusados” no músculo cardíaco.

De acordo com o cardiologista, Dr. Saulo da Costa Pereira Fontoura, a indicação mais comum para o implante de marcapassos são as chamadas bradicardias ou ritmos lentos do coração.

“Nessa situação, a pessoa pode sentir cansaço, tonturas, desmaio e, em casos extremos, o coração pode parar completamente de bater. O marcapasso estimula eletricamente o músculo do coração para que esse possa bater em um ritmo adequado”, pontua.

Ele explica que a função mais básica do marcapasso é a frequência de estimulação. Se ela está programada, por exemplo em 60 pulsos por minuto, o marcapasso vai observar o ritmo próprio do coração e, toda vez que o coração começar a bater abaixo disso, o marcapasso entra em ação e impede que o coração fique muito devagar.

“Existem outras funções bem mais complexas de programação do dispositivo e somente um profissional qualificado consegue adaptá-lo às particularidades de cada paciente.”

Além dos marcapassos comuns, existem os especiais: o Ressincronizador e o Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI).

Segundo o especialista, o ressincronizador pode ajudar a melhorar a eficiência do batimento do coração em alguns pacientes com insuficiência cardíaca e padrão de “bloqueio de ramo” ao eletrocardiograma, reduzindo os sintomas de cansaço e falta de ar. Um eletrodo adicional é colocado para se estimular os dois lados do coração e, dessa forma, fazê-lo bater com maior sincronia.

O CDI, por sua vez, é usado em pacientes com alto risco de morte súbita por arritmia e tem a função adicional de administrar um choque no coração para reverter arritmias potencialmente fatais ao paciente.

 

Cuidados o portador de marcapasso cardíaco deve ter

  • Sempre ter consigo a carteirinha do marcapasso, pois nela há a identificação do tipo de aparelho e a empresa fabricante;
  • Mostrar a carteirinha do marcapasso antes de passar por portas magnéticas em bancos e aeroportos. Normalmente, não há interferência ao passar por portas magnéticas, mas ele pode ser detectado e disparar os alarmes. O ideal é mostrar a carteirinha à equipe de segurança para poder passar por portas laterais após a revista manual;
  • Não guardar o celular no bolso da camisa e não deixá-lo próximo do marcapasso por tempo prolongado. O uso de computador, laptop, tablet e celular é considerado seguro para o portador de marcapasso;
  • Realizar regularmente a revisão do aparelho para ajustar a programação e avaliar o tempo de vida de bateria. A bateria necessita ser trocada por cirurgia quando estiver perto do fim;
  • Evitar contato com correntes elétricas de alta voltagem. Antenas transmissoras de TV ou rádio, fios de alta tensão e outros podem interferir no funcionamento do marcapasso. Eletrodomésticos simples são geralmente seguros.

Sobre o especialista

O Dr. Saulo da Costa Pereira Fontoura (CRM 16733 | RQE 15155) é especialista em cardiologia, eletrofisiologia invasiva, arritmias e estimulação cardíaca. Ele atende na Cardio Clínica na Rua Artur Muller, 105 – Centro de Jaraguá do Sul. Mais informações no site da Cardio Clínica. Contato: (47) 3371-3247 | (47) 3055-0035.