Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Moscas volantes ou flash de luz podem ser sinais de descolamento de retina

.

Por: Elissandro Sutil

13/08/2020 - 06:08

Alterações na visão além de causar desconforto podem indicar uma doença, que se tratada no momento certo pode ser revertida. É o caso do descolamento de retina, que consiste na separação da retina da parede do olho. É uma patologia ocular grave com risco muito alto de cegueira, se não identificada e tratada em tempo hábil.

De acordo com o oftalmologista, Dr. Marcos Martins, o tecido retiniano atapeta todo o interior do globo ocular por dentro e é responsável pela captação e formação da imagem dentro do olho para que possamos enxergar. Ele tem a mesma função que o filme da máquina de fotografar.

A retina tem a oxigenação e nutrição supridas pelas veias que estão na parede ocular. Quando ocorre o descolamento de retina, ela fica distante dessas veias iniciando um processo de degeneração e morte celular por não ter mais acesso aos elementos vitais.

Segundo o especialista, muitos olhos com cegueira profunda têm em seu estágio final a presença do descolamento da retina.

Causas e fatores de risco

O oftalmologista explica que a origem do tipo mais comum de descolamento de retina é a rotura retiniana. A presença de uma abertura, rasgo ou furo na retina permite que o líquido presente no interior do olho penetre no espaço entre a retina e a parede ocular, causando o descolamento.

Se a retina não tem uma ancoragem forte na parede ocular ela perde o contato com as veias, perdendo a nutrição necessária e entra em sofrimento.

“Os principais causadores dos defeitos na retina variam com a idade, podendo ser causados por traumas, diabetes, degenerações na periferia da retiniana, descolamento do vítreo, alta miopia, idade avançada, procedimentos invasivos intra-oculares e predisposição familiar”, ressalta.

Sintomas

O descolamento de retina pode ser completamente assintomático e o primeiro sintoma pode ser a própria perda da visão. Mas como o descolamento é precedido pela rotura retiniana, o paciente pode perceber algumas alterações visuais no campo de visão devido à rotura.

“Todo paciente que manifeste pontos, linhas, nuvens ou flashs de luz na visão deve consultar um oftalmologista imediatamente. Esses sinais são conhecidos como moscas volantes e são manifestações típicas de alguma alteração dentro do olho na área da retina”, salienta.

Segundo o Dr. Marcos, esse é o melhor momento para o diagnóstico para que possa ser prevenido. É incomum o paciente com descolamento de retina apresentar dor ocular ou vermelhidão.

Foto Matheus Wittkowski

Diagnóstico

Na consulta oftalmológica é feito a dilatação da pupila do olho para observar o interior do globo ocular. A retina pode ser adequadamente examinada pelo médico para identificar a presença da rotura ou do próprio descolamento.

Tratamento

De acordo com o oftalmologista, a rotura pode ser tratada com o uso do laser para criar uma cicatriz selando o buraco. O procedimento gera uma dor variável e pode ser feito imediatamente, basta dilatar a pupila para o exame de fundo de olho.

Já o descolamento de retina necessita de uma cirurgia especial e de alta complexidade. Como a retina é um tecido neural, ela não tem capacidade de regeneração e entra em isquemia rapidamente após descolado.

Em casos nos quais a área central da visão ainda está colada, o tratamento tem resultados visuais muito bons, podendo preservar uma visão normal.

Quando a retina está descolada há alguns dias o resultado é muito variável e depende de muitos fatores: a idade do paciente, a área descolada, a causa do descolamento, a presença de hemorragias. “De uma forma geral a cirurgia é bem sucedida em mais de 90% dos casos”, enaltece Dr. Marcos.

Prevenção

Ele ainda destaca que a prevenção é a melhor maneira de manter uma visão saudável ao longo da vida. “Consultas periódicas ao oftalmologista são importantes e, em caso de sintomas de moscas volantes, consulte imediatamente”, finaliza.

Sobre o especialista

O Dr. Marcos Martins (CRM 19639 e RQE 11168) atende no Centro Oftalmológico Jaraguá, e faz parte do corpo clínico do Hospital Maternidade Jaraguá. É oftalmologista retinólogo formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e residência médica de Oftalmologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – 2008).

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP