De acordo com a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, a cirurgia refrativa é um procedimento que visa a mudança da refração dos olhos e correção dos vícios de refração (miopia, hipermetropia e astigmatismo). É uma das cirurgias mais realizadas no mundo e com resultados mais precisos e seguros da história da medicina.
As cirurgias refrativas à laser, de acordo com o oftalmologista, Dr. Marcos Henrique Martins, tem indicação potencial para qualquer pessoa que necessite de óculos para ter boa visão. Pessoas insatisfeitas com o uso dos óculos ou lentes de contato, ou que por necessidade especial necessitem acuidade visual normal sem o uso de óculos, como em algumas atividades esportivas ou profissionais.
“Geralmente, é preciso ter mais de 18 anos de idade e ter atingindo a estabilização do grau. Em graus baixos de miopia isso ocorre por volta dos 20 anos de idade. Em graus acima de 5 essa estabilização pode ocorrer de forma mais tardia, pois pode ocorrer uma progressão de grau”, explica.
Ele ressalta que deve-se fazer a avaliação para situações que impossibilitem a cirurgia. Como, por exemplo, casos de ceratocone, diabetes descompensada, herpes ocular, ambliopia severa, distrofias corneanas e as doenças reumatológicas. Também não é aconselhável durante a gestação ou amamentação.
Em paciente com graus maiores do que 10 de miopia ou com mais de 55 anos e que não estão eleitos para cirurgia refrativa à laser, podem se beneficiados pela cirurgia com implante de lente intraocular para correção do grau de visão, pois propicia melhor resultado visual.
Procedimento e pós-cirúrgico
O procedimento é rápido e preciso, ocorre em torno de 10 minutos para cada olho, ambos os olhos são operados no mesmo dia. A anestesia é feita com colírio anestésico. O paciente é liberado para voltar para casa imediatamente após o procedimento.
São utilizados aparelhos modernos à laser com precisão de fração de milímetro e mais rápidos do que os próprios movimentos oculares, o que traz segurança e bons resultados.
Segundo o especialista, “a técnica cria uma nova curvatura na superfície ocular através da ablação do tecido corneano. Existem duas modalidades principais para aplicação do laser: o PRK e o Lasik”.
No PRK o laser é aplicado diretamente na superfície da córnea e a recuperação visual é mais lenta e mais desconfortável, pois a área operada fica exposta.
O Lasik consiste numa delaminação da córnea, levantando uma fatia fina, como se fosse uma tampinha de laranja, e feita a aplicação do laser no interior. O tecido corneano é reposicionado e funciona como se fosse um curativo natural, fazendo com que o paciente tenha mais conforto no pós-operatório.
Nos primeiros dias após a cirurgia pode ser percebida alguma sensação de ardência nos olhos, fotofobia (sensibilidade à luz) e instabilidade da visão, que são sintomas mais brandos na técnica LASIK.
Ele ainda enfatiza que, com frequência é utilizada uma lente de contato para aumentar o conforto. Esses sintomas vão melhorando e diminuindo à medida que ocorre a cicatrização. Mas, na maioria dos casos, em poucos dias o indivíduo já tem a visão e pode voltar à vida normal.
Consequências a longo prazo
A correção da miopia costuma não ter regressão do problema. Pode acontecer de o grau não estar totalmente estável no período em que a cirurgia foi realizada, o que pode levar ao aparecimento de algum grau de miopia novamente.
Nas correções de astigmatismo e hipermetropia, pode ocorrer uma leve regressão de grau nos primeiros anos. Portanto, se o grau de miopia estava estável quando foi realizado a cirurgia ele tende a se manter estável. Caso ocorra o aparecimento de novo grau e a necessidade de óculos retorne, é possível realizar uma reoperação se a estrutura corneana estiver preservada.
“A longo prazo os olhos tendem a apresentar mudanças típicas da idade e do envelhecimento. A boa notícia é que nas técnicas mais modernas de cirurgia muito tecido corneano é preservado permitindo uma reoperação”, finaliza.
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