Cirurgia refrativa é recomendada para quem tem o grau estabilizado

.

Por: Elissandro Sutil

21/01/2021 - 06:01

De acordo com a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, a cirurgia refrativa é um procedimento que visa a mudança da refração dos olhos e correção dos vícios de refração (miopia, hipermetropia e astigmatismo). É uma das cirurgias mais realizadas no mundo e com resultados mais precisos e seguros da história da medicina.

As cirurgias refrativas à laser, de acordo com o oftalmologista, Dr. Marcos Henrique Martins, tem indicação potencial para qualquer pessoa que necessite de óculos para ter boa visão. Pessoas insatisfeitas com o uso dos óculos ou lentes de contato, ou que por necessidade especial necessitem acuidade visual normal sem o uso de óculos, como em algumas atividades esportivas ou profissionais.

“Geralmente, é preciso ter mais de 18 anos de idade e ter atingindo a estabilização do grau. Em graus baixos de miopia isso ocorre por volta dos 20 anos de idade. Em graus acima de 5 essa estabilização pode ocorrer de forma mais tardia, pois pode ocorrer uma progressão de grau”, explica.

Ele ressalta que deve-se fazer a avaliação para situações que impossibilitem a cirurgia. Como, por exemplo, casos de ceratocone, diabetes descompensada, herpes ocular, ambliopia severa, distrofias corneanas e as doenças reumatológicas. Também não é aconselhável durante a gestação ou amamentação.

Em paciente com graus maiores do que 10 de miopia ou com mais de 55 anos e que não estão eleitos para cirurgia refrativa à laser, podem se beneficiados pela cirurgia com implante de lente intraocular para correção do grau de visão, pois propicia melhor resultado visual.

Foto Matheus Wittkowski

Procedimento e pós-cirúrgico

O procedimento é rápido e preciso, ocorre em torno de 10 minutos para cada olho, ambos os olhos são operados no mesmo dia. A anestesia é feita com colírio anestésico. O paciente é liberado para voltar para casa imediatamente após o procedimento.

São utilizados aparelhos modernos à laser com precisão de fração de milímetro e mais rápidos do que os próprios movimentos oculares, o que traz segurança e bons resultados.

Segundo o especialista, “a técnica cria uma nova curvatura na superfície ocular através da ablação do tecido corneano. Existem duas modalidades principais para aplicação do laser: o PRK e o Lasik”.

No PRK o laser é aplicado diretamente na superfície da córnea e a recuperação visual é mais lenta e mais desconfortável, pois a área operada fica exposta.

O Lasik consiste numa delaminação da córnea, levantando uma fatia fina, como se fosse uma tampinha de laranja, e feita a aplicação do laser no interior. O tecido corneano é reposicionado e funciona como se fosse um curativo natural, fazendo com que o paciente tenha mais conforto no pós-operatório.

Nos primeiros dias após a cirurgia pode ser percebida alguma sensação de ardência nos olhos, fotofobia (sensibilidade à luz) e instabilidade da visão, que são sintomas mais brandos na técnica LASIK.

Ele ainda enfatiza que, com frequência é utilizada uma lente de contato para aumentar o conforto. Esses sintomas vão melhorando e diminuindo à medida que ocorre a cicatrização. Mas, na maioria dos casos, em poucos dias o indivíduo já tem a visão e pode voltar à vida normal.

Consequências a longo prazo

A correção da miopia costuma não ter regressão do problema. Pode acontecer de o grau não estar totalmente estável no período em que a cirurgia foi realizada, o que pode levar ao aparecimento de algum grau de miopia novamente.

Nas correções de astigmatismo e hipermetropia, pode ocorrer uma leve regressão de grau nos primeiros anos. Portanto, se o grau de miopia estava estável quando foi realizado a cirurgia ele tende a se manter estável. Caso ocorra o aparecimento de novo grau e a necessidade de óculos retorne, é possível realizar uma reoperação se a estrutura corneana estiver preservada.

“A longo prazo os olhos tendem a apresentar mudanças típicas da idade e do envelhecimento. A boa notícia é que nas técnicas mais modernas de cirurgia muito tecido corneano é preservado permitindo uma reoperação”, finaliza.

Sobre o especialista

O Dr. Marcos Henrique S. Martins (CRM 19639 e RQE 11168) atende no Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul – Unidade Sadalla Amin Ghanem. É Oftalmologista Retinólogo formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com residência médica em Oftalmologia (2008) e Fellowship em Retina e Vitreo (2010), ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Também é membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, da Sociedade Brasileira de Retina e Vitreo e certificado pelo International Council Ophthalmology.